ALDEIA DO VALE - PLANO DE PRESERVAÇÃO

PRESERVAÇÃO AMBIENTAL E PAISAGISMO
Uma experiência urbana

SUZY SIMON
Arquiteta/Paisagista
2007

"Já se expõem as rochas nuas pela retirada das florestas, e os filetes e córregos com suas cascatinhas, onde um elevado número de espécies animais e vegetais enriqueciam os mais variados ecossistemas e nichos ecológicos, estão secos e mortos, e a erosão a cada ano se faz mais forte, carreando todo o húmus até o mar.
Um adeus de toda a flora e fauna silvestres, seguida de uma primavera silenciosa, onde não mais é ouvido um canto de pássaro e nem sentido o perfume de uma flor da mata..."

Augusto Ruschi
26/07/79


Sumário

1- Apresentação
2- Urbanização e biodiversidade
3- Os elementos naturais
3.1 Morfologia e Solo
3.2 Água
3.3 Flora
3.5 Fauna
4- Os Elementos Artificiais
5- Diretrizes Básicas para uma urbanização sustentável
6- Proposta
6.1- Os Beija-Flores
6.2- Recuperação Ambiental
6.2.1- Zoneamento Ambiental
6.2.2- Reflorestamento
6.2.3- Proteção das águas
6.2.4- Repovoamento
6.2.5- Educação Ambiental
6.3- Diretrizes Paisagísticas
6.3.1- Zoneamento Paisagístico
6.3.2- Utilização da Vegetação Nativa e Exótica
6.3.3- Áreas Públicas Condominiais
6.3.4- Áreas Privativas
6.3.5- Ações de Curto Médio e LongoPrazos
7- Bibliografia

1- Apresentação

Este livro consiste em uma releitura do Plano de Preservação Ambiental e Diretrizes Paisagísticas do Condomínio Residencial Aldeia do Vale, localizado no município de Goiânia, no Estado de Goiás. O documento original foi concluído em Junho do ano de 1996 e o presente trabalho foi concluído em Março de 2007. O plano de 1996 tinha como objetivo traçar uma estratégia de compatibilização entre a ocupação humana da área e a preservação do seu meio ambiente natural. No momento presente estão sendo publicadas informações resultantes da avaliação de dez anos de implementação da proposta e apropriação da área por moradores e investidores.

As autora é arquiteta que desenvolveu especializações diferenciadas: Suzy Simon elaborou o plano original e procedeu uma avaliação do mesmo, a qual esta publicada neste volume juntamente com um conjunto de reflexões sobre a situação contemporânea do relacionamento cidade-natureza.

2- Urbanização e biodiversidade

O Condomínio Residencial Aldeia do Vale ocupa uma área de 4.558.210,05 metros quadrados. É um empreendimento destinado exclusivamente ao uso residencial de baixa densidade somando um total de 1.000 terrenos de tamanhos variados, entre 1.250,00 e 10.000,00 metros quadrados. 34,65% do total da área é destinada à implantação de sistema viário, equipamentos comunitários de lazer, segurança administração e serviços.

O projeto urbanístico, elaborado pelo Arquiteto SOLIMAR NEIVA DAMASCENO, respeita a conformação natural do sítio e busca valorizar a riqueza de ângulos visuais possibilitados por sua topografia acidentada. Desde sua concepção o projeto prevê uma adaptação às condições locais, principalmente no que diz respeito à preservação da flora nativa e da grande quantidade de animais silvestres encontrados na área.

O Condomínio Residencial Aldeia do Vale é uma área rica em zonas remanescentes de Floresta Tropical Caducifólia e Floresta Tropical Semicaducifólia a serem protegidas em sua biodiversidade local, onde o uso da estratégia de conservação e de desenvolvimento sustentável foi a melhor maneira encontrada para preservá-la.

A intenção básica que norteou a implantação do empreendimento foi provar, na prática, a possibilidade de compatibilização entre a ocupação urbana e a preservação da biodiversidade de flora e fauna silvestres. A adequação da função urbana às necessidades de preservação do ambiente natural resultará em um ambiente extremamente agradável e rico em emoções para os moradores humanos.

Reformular conceitos, provar de maneira incontestável que é possível um crescimento da zona residencial, de forma harmônica e racional e adaptada aos elementos naturais é a meta que esta proposta estabelece, uma vez que do ponto de vista extensivo o uso habitacional é o de maior significado urbano.

Porém, somente boas intenções não são suficientes, será necessário um investimento no campo financeiro que possa cobrir os gastos adicionais que a implantação de um sistema de equipamentos e vegetais especiais destinados à manutenção de flora e fauna e também de um esquema de educação ambiental para possibilitar a sobrevivência das espécies nativas e a sua convivência harmônica com a população.

Num momento em que muito se têm dito sobre a preservação ecológica, porém, pouco se têm feito de efetivamente prático no campo da preservação de nosso meio ambiente, carente de medidas realmente eficientes para a manutenção dos espaços naturais, principalmente daqueles inseridos no meio urbano, surge esta proposta de sustentação do equilíbrio biológico em uma área extremamente importante para a região de Goiânia, por ser uma zona de mata nativa com características muito especiais do ponto de vista de sua preservação,pois compõe significativa extensão do Subsistema de Matas, que é um dos componentes dos diversos subsistemas que formam a Região do Cerrado, de fundamental importância para a manutenção do equilíbrio da ecologia no município e adjacências.

2.1 - A Caminho da Biodiversidade

A publicação "Land Resource Economics" de BARLOWE, de 1958, inicia de forma embrionária, a defesa da tese que enuncia a possibilidade de interdependência das funções econômicas com a preservação ambiental. Inicia-se, naquele período, a discussão interativa que culminou, na atualidade, no tema: biodiversidade.

A evolução das idéias interativas foi gradativa, em 1966 com a publicação de MALDAGUE denominada "Amenagemant Polyvalent des Fôrets", estabelece o conceito de "ordenação polivalente" que se baseia na avaliação das diferentes utilizações possíveis do território florestal.

Em 1972 o VII Congresso Florestal Mundial, celebrado em Buenos Aires, Argentina, coloca que o principal objetivo do aproveitamento florestal deve ser o "máximo bem-estar público", e não o "rendimento máximo". Até então as áreas florestais teriam como utilidade as funções de exploração econômicas e recreativas, que associadas à questão da preservação formavam o tripé da discussão.

"Os diversos valores da diversidade biológica e sua importância para o desenvolvimento mostram porque a conservação da biodiversidade difere da conservação tradicional da natureza. A conservação da biodiversidade supõe uma transformação de atitude; desde uma postura defensiva, que se retrata na proteção da natureza frente às repercussões do desenvolvimento, até uma atuação ativa,que procure satisfazer as necessidades de recursos biológicos da população e simultaneamente assegure a sustentabilidade da riqueza biótica da TERRA a longo prazo. Envolve, portanto, a proteção da diversidade genética tanto das espécies cultivadas e domesticadas como de suas variedades silvestres. Esta meta se refere aos ecossistemas modificados e intensamente utilizados, além dos naturais, e deve ser alcançada em benefício da humanidade. Em resumo, mediante a conservação da biodiversidade se pode manter tanto o sistema de respaldo à vida humana conferido pela natureza, como os recursos biológicos essenciais para o desenvolvimento".

Assim foi definida a biodiversidade em um relatório elaborado como resultado de uma série de seminários internacionais patrocinados pelas seguintes instituições: World Resources Institute, The World Conservation Union e United Nations Environment Programe, sob a consultoria das Food and Agriculture Organization e United Nations Education, Scientific and Cultural Organization - UNESCO no ano de 1992, publicação denominada "A Estratégia Global da Biodiversidade".

Segundo estimativas da comunidade científica vivem sobre a face da TERRA aproximadamente 10 milhões de espécies, dentre as quais 70 a 90% vivem nas florestas tropicais, considerando o processo acelerado de desmatamento em áreas tropicais, estima-se também que de 5 a 10% das espécies destas florestas poderão ser extintas nos próximos 30 anos. Há ainda um prognóstico de que aproximadamente 60.000 dentre as 240.000 espécies de plantas do planeta e talvez uma proporção maior de vertebrados e insetos, percam as possibilidades de sobrevivência nas próximas três décadas.

Embora as florestas tropicais não sejam os únicos locais onde a biodiversidade corra perigo têm as populações das áreas tropicais uma grande responsabilidade perante a preservação da vida atual e de sua perspectiva futura; desacelerar o ritmo de destruição dos habitats nativos é tarefa emergencial. (A Estratégia Global da Biodiversidade - UNESCO - 1992).

A meta da conservação da biodiversidade é "respaldar um desenvolvimento sustentável protegendo e utilizando os recursos biológicos sem reduzir a variedade mundial de gens e espécies, e sem destruir habitats nem ecossistemas importantes" para atingir tal meta, resume-se a implantação de três elementos básicos: 1) SALVAR A BIODIVERSIDADE, 2) ESTUDÁ-LA e 3) UTILIZÁ-LA DE FORMA SUSTENTÁVEL E EQUILIBRADA.

1) SALVAR A BIODIVERSIDADE - significa investir em medidas de proteção e manutenção de gens, espécies, habitats e ecossistemas. A melhor maneira de manter estas espécies é manter seus espaços de sobrevivência. Como diversos habitats do planeta têm sido modificados por usos humanos tais como agricultura e urbanização, tornou-se necessário criar meios de recuperar terras e águas que já tenham sido perturbadas. É imprescindível também a restauração das espécies perdidas em seus habitats originais, e a preservação em bancos genéticos, zoológicos, jardins botânicos e outras instalações igualmente adequadas.

2) ESTUDAR A BIODIVERSIDADE - significa documentar sua composição, distribuição, estrutura e funções; compreender o papel e a função de gens, espécies e ecossistemas; entender os laços complicados que existem entre os sistemas alterados e os naturais, e utilizar estes conhecimentos para respaldar um desenvolvimento sustentável. Também significa criar consciência sobre os valores da biodiversidade, oferecer possibilidades para que as pessoas apreciem a diversidade da natureza, inserir a biodiversidade nos curriculos escolares e fazer com que a população tenha acesso à informação sobre a biodiversidade, especialmente nos assuntos que lhes digam respeito localmente.

3) UTILIZAR A BIODIVERSIDADE DE FORMA SUSTENTÁVEL E EQÜITATIVA - significa manejar os recursos biológicos prudentemente, de modo a permitir sua duração indefinida, assegurando-se que a biodiversidade seja utilizada de modo a melhorar a condição humana e procurando repartir eqüitativamente estes recursos.

Ainda segundo a comunidade científica, cerca de 40 a 50% das espécies de seres vivos do BRASIL ainda são desconhecidas. A devastação ambiental do território nacional pode estar acarretando perdas irreparáveis. Catalogar os recursos naturais e os vários ambientes existentes nos municípios brasileiros é ação fundamental para a formação de uma identidade nacional.

Para possibilitar a conservação da biodiversidade devem ser criados novos contatos e vínculos dentro das comunidades, conjugando a ação dos cientistas, dos biólogos, dos administradores, autoridades políticas, empresários, autoridades religiosas, produtores rurais, jornalistas, artistas, planejadores, professores, enfim, todos os segmentos da sociedade que forem geradores de conhecimentos e formadores de opiniões.

A conservação da biodiversidade deve ser realizada em todos os níveis de ocupação do território; seja nos campos, nas florestas, nas bacias hidrográficas, na zona costeira, nos povoados e nas grandes cidades, ou seja: em todos os lugares onde as pessoas vivem ou trabalham.

2.2 - Biodiversidade x Urbanização

É fato que o espaço edificado, cristalizado pela atuação humana, denominado cidade, é um elemento desagregador e desestabilizante do equilíbrio biológico do meio ambiente natural.

A ocorrência urbana confere ao espaço ocupado características totalmente adversas à natureza anteriormente existente. As modificações processadas atuam como fatores indutores de perda da biodiversidade. Assim sendo é necessário criar condições para que se estabeleça um convívio menos traumático entre os espaços naturais e os construídos.

Vale observar que, inseridos em meios urbanizados bem como em suas proximidades, existem áreas naturais, as quais por suas especificidades são merecedoras de uma qualificação especial. Tais áreas devem receber um tratamento particularizado, de proteção, preservação e/ou recuperação de sua qualidade e equilíbrio natural.

As instituições competentes a nível Federal, Estadual e Municipal criam leis com o objetivo de proteger os espaços naturais considerados vitais para a saúde e sobrevivência tanto de espécies vegetais e animais, quanto do próprio Homem. Porém no âmbito do planejamento urbano pouco, ou quase nada, tem sido feito com o objetivo específico de proteger o espaço vital. O planejamento urbano brasileiro tem se ocupado, por meio das administrações públicas, com questões vinculadas à "otimização" do uso do espaço urbano para atividades geradoras de bens econômicos: comércio, indústrias, prestação de serviços e sustentação do poder político; em segundo plano são contempladas questões relativas ao desenvolvimento social e cultural, posteriormente e de forma muito superficial são abordadas as questões de preservação dos espaços naturais. Nem mesmo espaços vitais para a vida urbana, tais como áreas de proteção aos mananciais de abastecimento de água, são poupados pela urbanização devastadora.

Conseqüentemente, a população urbana vem produzindo um habitat extremamente artificial e sem qualidades propiciadoras de conforto ambiental. As nossas cidades consolidam espaços cada vez mais prejudiciais à saúde humana, pois não proporcionam ambiência compatível com as necessidades de ordem física e psíquica dos "seres urbanos". Assim sendo, depressão, angústia e stress passam a ser companhia freqüente dos cidadãos que se locomovem em ambientes urbanizados onde o congestionamento de tráfego, a destruição das paisagens naturais, a desertificação de territórios, a poluição do ar, do solo e da água, o alto índice de ruídos, compõem um cenário tão nocivo para o Homem quanto para a Natureza da qual faz parte.

Segundo o Relatório da Biodiversidade elaborado pela UNESCO em 1992, a transformação de sistemas naturais em áreas urbanizadas, não leva em conta a perda da biodiversidade uma vez que aparentemente o habitat natural geralmente não tem valor econômico, e sua perda, também aparentemente, não traz conseqüências perceptíveis de forma isolada. Percebe-se a perda da qualidade do ambiente artificial quando são feitas análises do conjunto de glebas urbanizadas, denominadas bairros, e constata-se um todo árido, quente, poluído, sem harmonia e sem vida.

É a falta de uma visão globalizada que torna possível a formação de um habitat urbano com condições tão distantes do ideal em termos de conforto ambiental, estético e social. A conservação da biodiversidade no meio urbano é considerada um custo, alto custo, e não um investimento. É essencial corrigir este erro. A preservação da possibilidade de vida será sempre um ganho para as gerações atuais e futuras. É neste contexto que o empreendimento Condomínio Residencial Aldeia do Vale, pretende provar que a preservação da biodiversidade poderá reverter-se em lucro empresarial e valorização do patrimônio imobiliário.

Entende-se que a instalação de uma ocupação residencial humana em uma gleba de meio natural agirá como um fator de contaminação do meio e promoverá um forte impacto desagregador do equilíbrio existente. Se o processo de implantação do empreendimento for considerado como o período de maior perturbação da ordem existente e o processo de apropriação e uso do espaço pela população como uma possibilidade de restauração parcial da ordem anteriormente alterada, pode-se constatar que há uma esperança, uma possibilidade real de convívio do homem com espécies viventes no espaço naturalmente constituído. Seria uma utopia pretender uma restauração integral da ordem natural, porém é possível preservar e recuperar a vegetação e grande parte dos pequenos animais silvestres, os quais podem e devem ser mantidos e protegidos convivendo em harmonia com o meio urbanizado.

Investir em uma mudança de mentalidade, que conduza os investidores urbanos a adotar um novo rumo no que se refere ao trato e ao respeito ao meio ambiente natural e demonstrar a possibilidade de lucro financeiro nos empreendimentos considerados "ecologicamente corretos" é a única forma de transformar o processo de urbanização devastadora em urbanização harmonizada com os bens naturais.

A busca de um ambiente de sobrevivência ideal é uma constante do desejo humano, esta é a causa de tantos desajustes e insatisfações visíveis nos padrões de comportamento contemporâneo. A busca do espaço ideal pode ter como ponto de início a fração mínima particular que é o lote residencial urbano, estender-se ao bairro e, em conjunto, formar cidades extremamente agradáveis e também muito próximas dos padrões ambientais almejados pelos seres humanos.

O Condomínio Residencial Aldeia do Vale localiza-se no Estado de Goiás, na região norte do município de Goiânia, à nordeste da cidade. Tem acesso pela BR-153 no sentido Goiânia-Anápolis e pela Perimetral Norte em seu ponto de confluência com a BR-153 no Setor Jardim Guanabara. Sua localização no eixo Goiânia-Brasília, coloca-o em contato com uma região que conta atualmente com um ecelerado processo de urbanização, aumento populacional, e destruição de ambientes naturais, onde reside atualmente, 2011, uma população aproximada de cinco milhões de habitantes.

3.1 - Relações Urbanísticas e Ambientais

Na região norte do município de Goiânia há ocorrência de elementos muito importantes quando observados do ponto de vista ambiental: o Rio Meia-Ponte, principal canal de drenagem da região; o Ribeirão João Leite, principal ponto para captação de água para abastecer a população urbana; o maior conjunto de matas remanescentes do processo da ocupação ambientalmente predatória do município; proximidade com o Parque Ecológico de Goiânia; o primeiro contato com os ventos predominantes que refrescam a cidade; projeto de implantação do lago para captação de água no Ribeirão João Leite; terras férteis e terrenos acidentados.

É exatamente no meio de todos estes elementos amenizadores das vicissitudes urbanas que se instala o Condomínio Residencial Aldeia do Vale, em um terreno que possui elementos naturais preservados e/ou parcialmente preservados, de grande valor para compor uma ambiência ideal para o desfrute salutar de uma comunidade urbana que pretenda viver harmonicamente com segmentos florísticos e faunísticos nativos. O terreno compreende uma planície cercada de morros em forma de uma ferradura, onde o fundo de vale, principal canal de drenagem, é o leito do Córrego Pedreira, que é afluente do Ribeirão João Leite.

A localização do empreendimento é fator determinante de sua importância no cenário da preservação ambiental no município pois sua região norte é de fundamental importância para a manutenção do lençol freático. É onde está localizado seu território florestal e conseqüentemente suas terras férteis.

As diretrizes de desenvolvimento urbano da cidade de Goiânia, estabelecidas pelo corpo técnico municipal, determinam, para a região norte, medidas de contenção de urbanização, ocupação rarefeita e preservação do meio ambiente natural. A Carta de Risco do Município de Goiânia estabelece critérios rigorosos para a ocupação dos terrenos localizados nas regiões norte e nordeste da cidade.

Todos estes cuidados se deve ao fato de que as regiões norte e nordeste do município são partes componentes de um ecossistema extremamente importante para a manutenção do equilíbrio ambiental regional. Seu desmatamento implicaria no rebaixamento do lençol freático, fator prejudicial para a captação de água para abastecimento da população urbana. Além disso, esta zona de mata é um importantíssimo banco genético remanescente do processo de devastação para uso agro-pecuário e urbanístico ocorrido nas ultimas décadas no Aglomerado Urbano de Goiânia, além de ser também refúgio para a fauna sobrevivente do processo gradativo de expulsão para territórios mais distantes.

Os terrenos são acidentados e os solos existentes nas elevações, segundo o Estudo de Impacto Ambiental-1996, elaborado para o empreendimento e que reforça as conclusões da Carta de Risco; apresentam características de instabilidade, estabelecendo uma relação direta com a vegetação, a qual funciona como agente estabilizador de encostas, principalmente as com declividade superior a 40% (quarenta por cento).

Portanto vale ressaltar a importância da preservação das condições ambientais naturais nos domínios do Condomínio Residencial Aldeia do Vale, onde as questões relacionadas à água, ao clima, à floresta e à fauna, são preponderantemente de manutenção preservacionista, uma vez que todas a glebas localizadas na região norte do município de Goiânia deverão compor de forma globalizante, um todo harmônico, integrado e de utilização ecologicamente sustentável, caso contrário a coletividade goianiense terá que arcar com o ônus futuro de solucionar paliativamente problemas decorrentes de uma utilização não sustentável dos importantíssimos recursos naturais existentes, na atualidade, na região em questão.

4 - Situação Atual

O diagnóstico da situação atua da área do Condomínio Residencial Aldeia do Vale, foi elaborado com base nas informações contidas no documento Estudos de Impacto Ambiental - 1996 elaborado especialmente para o referido empreendimento, e acrescido de informações provenientes da consultoria realizada através do Instituto do Trópico Subúmido da Universidade Católica de Goiás; bem como procedentes de estudos bibliográficos realizados.

4.1 - Os Elementos Naturais

O diagnóstico dos elementos naturais, bem como as recomendações técnicas contidas no Estudo de Impacto Ambiental-1996, foram identificadas e a elas foram acrescidas informações provenientes da consultoria do Instituto do Trópico Subúmido: foram destacados os temas relacionados à: Morfologia e Solo, Água, Flora e Fauna, contendo informações restritas à área em questão, uma vez que o Estudo de Impacto Ambiental-1996 é suficientemente explicito em relação à caracterização regional.

4.1.1 - Morfologia e Solo

O Condomínio Residencial Aldeia do Vale assenta-se na unidade morfológica Planalto Rebaixado de Goiânia, junto à nascente do Córrego Pedreira, afluente da margem esquerda do Ribeirão João Leite, pertencentes à Micro-bacia do Rio Meia Ponte.

Na área encontram-se quatro feições morfológicas distintas:

1. O vale do Córrego Pedreira na cota 780m

2. Feições em cristas nas cotas 859m, 896m e 900m

3. Encostas das elevações

4. Topo semi-peneplanizada com caimento aproximado de 10%

O vale do Córrego Pedreira é amplo e individualizado, tendo a sua nascente condicionada a zonas de fraturas NE. Ao longo deste córrego, forma-se uma estreita faixa aluvionar, sendo em alguns locais mais aberta criando algumas planícies de alagamento onde o lençol freático encontra-se suspenso. O Córrego Pedreira possui feições curvilíneas, controlado por fraturas, sedimentação baixa, gradiente fraco, e mata de galeria bastante degradada. O vale foi modelado pelo intemperismo, e tomou a configuração de uma ravina, fazendo um contato brusco com a feição morfológica de crista NE. Esse contato se procede devido a altitude N30E/40SE da camada de rochas gnáissicas, pois o plano de erosão atua paralelo aos planos de fraqueza das rochas. O ambiente morfológico de crista, definindo o elevado que contorna o vale do Córrego Pedreira, tem direção Nordeste/Noroeste,o qual faz parte dos lineamentos estruturais Transbrasiliano. A morfologia de crista é uma faixa estreita, em torno de 40 metros de largura.

A morfologia encontrada nas encostas, é de pequenas escarpas na base, provocado pelo sistema de fratura e xistosidade; vales secos encaixados em zonas de fratura, na encosta das elevações, formando pontos bastante fechados, definindo vertentes opostas ao ambiente de crista. As encostas chegam a inclinações acentuadas até 45%, sustentando a sua estabilidade pela vegetação existente.

A feição morfológica peneplanizada é caracterizada por uma intensa dissecação, chegando a ser confundida com uma zona de terraço. O terreno em questão passou por um intenso processo de dissecação, nas rochas gnáissicas, proporcionando a formação das drenagens, a partir daí gerando a ampliação desse vale, combinando intemperismo com transporte.

Foram detectadas duas tipologias básicas de solos: solos aluviais com faixa hidromórfica e latossolos vermelhos (MAPA 4)

. A unidade solos aluviais, são pouco desenvolvidos, transportados com horizontes bem definidos, A, B e C e recoberto por matéria orgânica bastante argilosa. Esses solos formam horizontes interdigitados, sendo a cobertura por matéria orgânica bastante argilosa formando áreas de alagamento impedindo a infiltração da água de chuva.

O horizonte A é composto por areia média e grossa, interdigitada com o horizonte B, que é bastante argiloso.

O horizonte C ocorre ao nível de base, com seixos mal selecionados misturado com areia, e há presença de lençol freático que mantém seu fluxo vertical.

Dentro da faixa aluvionar ocorre pequena mancha de solos hidromórficos (brejos), com características comuns resultantes principalmente da influência do excesso de umidade permanente ou temporária, isso é devido o lençol freático se manter suspenso. Esses solos compreendem características zonais determinadas pela ação do clima e da vegetação, não se desenvolveram integralmente em virtude da restrição imposta pela grande influência do lençol freático.

Os solos latossolo vermelho, ocorrem na área de terraço do Córrego Pedreira, e nas encostas e partes altas (cristas) que circundam o terreno. São solos originários das rochas gnáissicas, onde o processo intempérico atuou fortemente, chegando a profundidades de 10m ou mais nas cotas inferiores, e até 0,30m nas cotas e topo das elevações. Nessa unidade latossolo vermelho, identifica-se os horizontes A, B e C nas áreas de solo profundo; sendo que nas encostas e topo somente o horizonte C.

MATÉRIA ORGÂNICA - Inicialmente observa-se 0,40m de espessura de um solo arenoso misturado com matéria orgânica, de coloração cinza escuro a preto, bastante friável, permeável, com poucos grãos de quartzo, nível compacto e bastante uniforme por toda a área de terraço.

O horizonte A apresenta espessura de 0,60m, com estrutura grosseira de quartzo e feldspato, solo de coloração vermelho areno-argiloso bastante permeável, elevada capacidade erosiva, friável e quando úmido ligeiramente plástico e pegajoso.

O horizonte B tem espessura de 0,60m, areno-argiloso com grãos de feldspato e quartzo em menor porcentagem, formando uma textura granular com finos grãos de solo, coloração vermelho escuro, permeabilidade média, às vezes floculável e friável.

O horizonte C com espessura acima de 0,60m é bastante argiloso e feldspático, com grãos milimétricos de quartzo, disseminado em uma massa compacta, floculante, plástico a pegajoso quando molhado, coloração vermelho escuro, com susceptibilidade erosiva.

Os horizontes destes solos se misturam quanto a sua coloração, tornando imperceptível, havendo uma diferenciação na sua textura granulométrica compatível com o bandeamento demonstrado pelas rochas gnáissicas que ocorrem na área.

Nas áreas de encosta e topo das elevações verifica-se a ocorrência somente do horizonte C dos solos latossolos, com uma espessura de no máximo 0,40m, chegando às vezes aflorar rochas alteradas.

Essa unidade de solos de um modo geral tem susceptibilidade erosiva que varia de acordo com o horizonte atingido, ocorrendo sulcos em locais onde há concentração acentuada de águas de escoamento superficial, tanto para as áreas de terraço, principalmente nas encostas desprovidas de vegetação.

4.1.2 - Água

O período de maior precipitação pluviométrica na região de Goiânia é de Novembro a Março onde chega a 1.175,00mm, apresentando uma média de 45 a 55% do total anual precipitado; apresenta, este período, uma taxa média de umidade relativa do ar entre 70 e 80%. Já no inverno as precipitações são raras ocorrendo de 4 a 5 dias por mês atingindo 5,3mm apresentando umidade relativa do ar oscilando em torno de 45% apresentando quedas de até 20% no mês de Agosto.

A falta de precipitação, reduz a umidade e a infiltração, fato que provoca um retraimento do lençol freático. Como o terreno do empreendimento apresenta tipos de solos areno-argilosos, possuem menor taxa de infiltração, neste caso é fundamental evitar áreas desnudadas, pois a vegetação atua como agente retardador do escoamento e mantenedor da umidade.

Inseridos nas encostas encontram-se na área três pontos de afloramentos aqüíferos e na planície central, dois pontos, resultando em pequenos cursos d’água mantenedores do Córrego Pedreira. O conjunto das nascentes e seus respectivos cursos d’água compõem um sistema vital para a manutenção do equilíbrio biológico local.

Do ponto de vista paisagístico pode-se considerar o sistema de cursos d’água como elemento de grande potencial para utilização tanto no embelezamento, quanto na amenização dos efeitos antrópicos, decorrentes da ocupação urbanística da área. Será sempre refúgio para a fauna, devendo ter sua mata galeria reconstituída com espécies nativas locais e enriquecida com espécies exóticas rica em frutos, uma vez que com a redução percentual de áreas de mata a fauna concentra-se mais adensadamente em territórios favoráveis à sua sobrevivência, tais territórios devem ser reforçados em suas condições de abrigo e alimento. E proporcionará sempre locais aprazíveis para a contemplação e o descanso dos moradores do condomínio que tiverem o hábito de se exercitarem em saudáveis caminhadas.

A manutenção da saúde das águas deverá ser prioridade do empreendimento, os pontos onde o lençol freático apresenta afloramentos ou maior proximidade com a superfície do solo, deverão ser protegidos de qualquer possibilidade de contaminação por esgoto, lixo e/ou agrotóxicos.

Os cursos d’água e as nascentes e suas respectivas zonas de preservação apresentam diferentes situações em relação ao projeto urbanístico. Parte do conjunto encontra-se em área de domínio público e parte em área de domínio privativo. Segue-se uma descrição da situação encontrada em cada trecho diferenciado dos cursos d’água e cada nascente.

1 - Nascente 1 e 2, localizada em área pública, tendo parte de sua área de preservação legal localizada em terreno particular. Esta totalmente desprovida de mata de proteção e conservação.

2 - Nascente 3 e zona de preservação legal localizadas em área particular, mata de proteção devastada e movimento de terraplanagem dentro do círculo de preservação legal.

3 - Nascente 4,  localizada em área pública, tendo parte de sua área de preservação legal localizada em terreno particular. A mata de proteção e conservação encontra-se muito danificada.

4 - Nascente 5,  fora da área loteada.

5 - Trecho de córrego intermitente localizado em área privativa.

6 - Trechos de córregos localizados em área pública. Desprovido de mata ciliar.

4.1.3 - Flora

O território do Condomínio Residencial Aldeia do Vale foi no passado uma densa floresta tropical integrante do subsistema de matas, um dos subsistemas componentes da Região do Cerrado. As florestas existentes na Região do Cerrado são fundamentais para seu equilíbrio, abrigam uma fauna peculiar de ambientes umbrófilos que eventualmente atua nas áreas abertas e que integra a cadeia ecológica global dos cerrados.

Atualmente a maior parte da área está formada por pastagens com espécies exóticas ou desnudadas de vegetação, a marca das atividades antrópicas é preponderante no contexto da flora local. A vegetação original limita-se a porções remanescentes, ora em boas condições de preservação, ora como zonas resquiciais em recuperação.

Constata-se a existência de ambientes distintos, definidos e distribuídos da seguinte forma:

Área 1- FLORESTA TROPICAL CADUCIFÓLIA - em boas condições de preservação.

Áreas 2 e 3 - FLORESTA TROPICAL SEMICADUCIFÓLIA - em boas condições de preservação.

Áreas 4 e 5 - FLORESTA TROPICAL SEMICADUCIFÓLIA - resquícios em recuperação natural.

Área 6 - FLORESTA DE GALERIA - resquícios sem possibilidades de recuperação natural.

Área 7 - ZONA ANTRÓPICA - sem possibilidade de recuperação natural a curto prazo.

A Floresta Tropical Semicaducifólia está localizada nos terrenos planos, com solos profundos tipo latosolos, apresenta na estação seca uma perda se 20 a 50% de suas folhas; daí a sua denominação de Floresta Estacional Semidecídual. Compõe, no empreendimento, uma área de proteção ambiental que é um importante banco genético representativo da flora nativa regional. É rica em espécies de grande porte e acentuada variação. As principais espécies arbóreas identificadas no local foram:

Amendoim-da-mata Machaerium sp
Angico Anadenanthera falcata
Angico-vermelho Anadenanthera
Apui/figueira Ficus sp
Bacupari Salacia crassifolia
Barriguda Chorisea speciosa
Baru Dipteryx alata
Bingueiro Cariniana estrellensis
Breu-mescla Protium heptaphyllum
Cafezinho Rhamnidium elaeocarpus
Canela-de-velho Aspidosperma discolor
Canzileiro Platypodium elegans
Carne-de-vaca Roupala brasiliensis
Caroba Jacaranda puberula
Cedro Cedrela fissilis
Curtiça Não identificada
Farinha-seca Albizia haslerii
Feijão-cru Platimiscium florimbundum
Freijó-branco Cordia trichotoma
Garapa Apuleia leiocarpa
Guapeva Pouteiria torta
Guariroba Syagrus oleracea
Guatambu Apidosperma sp
Ingá Inga sp
Ipê-roxo Tabebuia impetiginosa
Jaborandi Piper gaudichaudianum
Jatobá Hymenaea courbaril
Jõao-farinha Callistene sp
Jurema Não identificada
Louro Nectandra sp
Macambira Bromelia sp
Mamica-de-porca Zanthoxilon rhoifolium
Mandiocão Didymopanax morototoni
Maria-pobre Dilodendron bipinnotum
Maria-preta Terminalia brasiliensis
Marinheiro Guarea guidonea
Micônia Miconia sp
Mirindiba Terminalia glabrescens
Mutamba Guazuma ulmifolia
Negramina Siparuna guianensis
Oiti Licania sp
Pau-d'óleo Copaifera langsdorfii
Pau-marfim
Pau-jacaré Piptadenia gonoacantha
Pau-jangada Apeiba tibourbou
Peroba-rosa Apidosperma cyllindrocarpon
Sobre Emmotum nitens
Taboca Guadua paniculata
Ucuúba Virola sebifera

O Estudo de Impacto Ambiental-1996 recomenda a recomposição das áreas atingidas pela ação antrópica.

As espécies de maior ocorrência foram, por ordem de maior quantidade: Angico, Paineira, Breu-mescla, Mandiocão, Garapa, Bacuparí, Louro, Guatambú, Canela-de-velho e Jurema.

A Floresta Tropical Caducifólia está localizada sobre os morros e encostas, recobrindo espaços de afloramentos rochosos diversos, com solos rasos e déficit hídrico sub-superficial severo e prolongado, ocasionando perda acima de 50% de folhas no período de seca; motivo pelo qual é também denominada por Floresta Estacional Decidual. Apresenta sinais evidentes da ação humana, porém porções significativas dessa tipologia vegetal estão preservadas, as espécies de maior ocorrência no local foram:

Angico Anadenanthera sp
Aroeira Astronium urundeuva
Bacuri Sheelea phalerata
Barriguda Chorisea speciosa
Bingueiro Cariniana estrellensis
Cachimbeiro
Cambará Gochnatia sp
Canela Ocotea sp
Canzileiro Plathypodium elegans
Cedro Cedrella ficilis
Chichá Sterculia striata
Embaúba Cecropia pachystachya
Erva-de-passarinho Psyttacauthus sp
Feijão-cru Platimuscium floribundum
Gonçaleiro
Ingá Inga sp
Jacarandá-canzil Platypodium elegans
Jacarandá-bico-de-pato Machaerium acutifolium
Jangada Apeiba tibourbou
Jequitibá Cariniana estrellensis
Louro Nectandra sp
Mandiocão Didymopanax morototoni
Maria-preta Terminalia brasiliensis
Marinheiro Guarea guidonea
Mutamba Guazuma ulmifolia
Pateiro Sloane brasileiras
Peroba Aspidosperma sp
Tamboril Enterolobium contortisiliquum
Tento Ormosia sp
Urtiga
Virola Virola sebifera
Açoita-cavalo Luchea divaricata
Cedrinho
Folha-de-bolo Platyciamus regnelli
Guariroba Syagrus oleracea
Guatambú Aspidosperma subincanon
Ipê Tabebuia sp
Jacaranda Machaerium acutifolium
Jõao-mole Mabea fistulifera
Mandiocão Didymopanax morototoni

A maior ocorrência de indivíduos por espécie vegetal obedece a seguinte ordem: Angico, Mutamba, Jequitibá, Aroeira, Jurema, Peroba-rosa, Chichá, Guatambú, Ipê, Jangada e Canzil.

A presença de grande quantidade de Angicos e Mutambas, espécies pioneiras, indicam as porções desse território em recomposição natural.

A Floresta de Galeria, ocupa os terrenos planos, instalando-se ao longo dos cursos d’água, é o domínio homogêneo mais alterado no local, encontram-se apenas indícios resquiciais de sua existência.

As espécies ainda encontradas nessas áreas são:

Angico Anadenanthera sp
Bambu Bambusa vulgaris
Corticeiro-anão Erytrina sp
Feijão-cru Platimiscium floribundum
Guapeva Pouteria torta
Imbaúba Cercopia sp
Ingá Inga sp
Marinheiro Guarea guidonia
Pau-pombo Tapirira guianensis
Pimemta-de-macaco Xylopia aromática
Pororoca Rapanea guianensis
Sangra-d'água Croton urucurana
Taboa Thypha dominguensis

Segundo o Estudo de Impacto Ambiental-1996 é urgente a recomposição da Floresta de Galeria tanto para a preservação da saúde das águas tanto para abrigar os animais que transitam ao longo de seus cursos d’água.

As Áreas Antrópicas ocupam a maior parte do terreno do empreendimento, onde se apresentam árvores isoladas de fuste elevado, as quais testemunham o porte da vegetação que anteriormente existiam no local. Atualmente pouquíssimas espécies nativas ainda são encontradas havendo maior incidência de árvores frutíferas remanescentes de antigos pomares.

As espécies encontradas essa área foram:

Assa-peixe Vernonia sp
Capim-braquiarão Brachiaria sp
Capim-gordura Melinis minutiflora
Carrapixo Cenchurus achinatus
Lobeira Solanum licolarpum
Picão Bidens pilosa

Estas áreas deverão receber espécies arbóreas nativas para possibilitar uma recomposição parcial do ambiente global do empreendimento.

4.1.4 - Fauna

A fauna existente na região do Condomínio Residencial Aldeia do Vale é característica do Centro-Oeste, onde predominam espécies que têm o seu habitat associado à vegetação do Cerrado.

Na área do empreendimento havia, em tempo remoto, muitas espécies animais e número de indivíduos considerável, mas com a gradativa destruição do habitat nativo, provocada pela ação do homem, vem ocorrendo acentuado decréscimo populacional faunístico em toda a região, inclusive há várias espécies que se encontram na lista das ameaçadas de extinção.

As áreas onde ainda existem florestas são as áreas onde se detecta um maior número de espécies, portanto esta vegetação de grande porte deverá ser mantida para possibilitar a sobrevivência da fauna ainda existente.

As modificações ambientais significativas na área do empreendimento, que visam adaptá-lo às necessidades do uso urbano, poderão favorecer algumas espécies mais adaptáveis às novas condições ambientais ou determinar o desaparecimento de muitas outras mais sensíveis às mudanças.

No local foram detectadas as seguintes espécies, relatadas segundo índice de ocorrência:

Alta frequência:

Bentivizinho (Empidononus varius varius)
Coruja-buraqueira (Speotyto cunicularia)
Fogo-apagou (Scardafella squammata squammata)
João-de-barro (Furnarius rufus)
João-bobo (Nystalus chacuru chacuru)
Juriti (Leptolila verreauxi)
Pardal (Passer domesticus domesticus)
Pássaro-preto (Molothrus bonariensis bonariensis)
Pássaro-preto (Gnorimopsar chopi chopi)
Periquito-verde (Brotogeris versicolorus)
Pica-pau (Piculus flavigula)
Pica-pau-do-cerrado (Chrysoptilus melanochloros)
Pica-pau-pequeno (Veniliornis passerinus)
Udu-de-coroa-azul (Momotus momota)

Média frequência:

Andorinha (Stelgido pteryse ruficollis ruficollis)
Andorinha-do-campo ( Progne tapera tapera)
Beija-flor-de-rabo-branco (Phaethornis pretrei pretrei)
Beija-flor-de-topete (Lophornis magnifica)
Beija-flor-preto-de-rabo-branco (Melanotrochilus fuscus)
Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus sulphuratus)
Bem-te-vi-pequeno (Miozetetes similis)
Caburé-de-orelha (Otus choliba)
Caburezinho (Glaucidium brasilianum brasilianum)
Canário-da-terra (Sicolis faveala)
Curicaca (Theristicus caudatus caudatus)
Curicaca (Aratinga leucophthalmus leucophthalmus)
Inhambú (Crypturellus parvirostris)
Juriti (Leotolila rufaxilla)
Periquitinho (Ferpus crassirostris)
Pomba-do-bando (Columba cayennensis)
Sabiá-do-campo (Mimus saturninus)
Sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris rufiventris)
Sanhaço-amarelo-da-mata (Eucometis penicillata)
Sanhaço-azul (Thraupis sayaca sayaca)
Tesoura (Muscivora tyrannus tyrannus)
Tico-tico (Zonotrichia capensis)
Tico-tico-do-mato (Arremon tanitunus tacitunus)
Tiziu (Volatina jacarina jacarina)
Urubu (Coragyps atratus)
Gambá (Didelphis marsupialis)
Morcego (Desmodus rotundus)
Calango-verde (Ameiva ameiva)
Lagartixa (Tropidurus sp)
Perereca (Phrynohias sp)
Perereca (Phylomedusa sp)
Rã (Leptoctaclylus spp)
Sapo-cururu (Bufo baracnemis)
Bagre (Rhandia sp)
Cascudo (Hypostomus sp)
Lambari (Astyanax spp)

Baixa frequência:

Anu-branco (Guira guira)
Anu-preto (Crotophaga ani)
Tatu-galinha (Dasypus sp)
Cobra-boipeva (Waglerophis merrenu)
Cobra-caninana (Spilotes pullatus)
Cobra-cascavel (Crotalus collineautus)
Cobra-cipó (Phylodrias sp)
Cobra-jaracuçú (Mastigodryas bifossayus)
Cobra-jararaca (Bothrops newiedii)
Cutia (Dasyprocta aguti)
Preá (Cavia apres)

As ocorrências de alta freqüência denotam espécies com mais possibilidades de adaptação às alterações ambientais antrópicas. As de média freqüência poderão ter suas populações ampliadas se houver uma sensível melhoria das atuais condições ambientais, principalmente no que se refere ao enriquecimento da flora de forma que possibilite maior abundância de alimentos.

O levantamento faunístico apresentado baseou-se em informações contidas no documento Estudos de Impacto Ambiental-1996 e aponta os resultados detectados para a área específica do empreendimento. Como o trabalho de identificação das espécies faunísticas foi elaborado em um período muito curto, há uma grande possibilidade de ocorrência local de outras espécies da fauna regional não incluídas na listagem apresentada; principalmente se considerarmos o caráter migratório de várias delas.

Devido ao particular interesse pelos beija-flores, segue-se uma relação das espécies identificadas na Região de Goiânia, onde habitam de preferência as matas ciliares do Rio Meia Ponte e seus afluentes.

Beija-flor-besourinho-da-mata (Phaethornis ruber ruber)
Beija-flor-de-garganta-preta (Anthracothorax nigricollis nigricollis)
Beija-flor-de-orelha-azul (Colibri serrirostris)
Beija-flor-de-rabo-branco (Phaethornis pretrei pretrei)
Beija-flor-de-topete (Lophornis magnifica)
Beija-flor-marron-do-bico-curvo (Glaucis hirsuta)
Beija-flor-preto-de-rabo-branco (Melanotrochilus fuscus)
Beija-flor-rabo-de-tesoura (Eupetomena macroura macroura)
Beija-flor-vermelho (Chrysolampis mosquitus)

É evidente que o repovoamento de beija-flores só será possível mediante um trabalho sistemático de introdução de essências vegetais que produzam flores de interesse para esta especial família de aves, possibilitando assim atrair novos indivíduos para o local e fixá-los na área através da oferta de farta alimentação.

Além do néctar das flores os beija-flores se alimentam também de insetos variados, portanto é importante muito critério ao utilizar agrotóxicos pois envenenam suas principais fontes de alimento.

Três espécies foram detectadas "in loco": Beija-flor-do-rabo-branco, Beija-flor-de-topete, Beija-flor-preto-de-rabo-branco. Porém nas imediações do empreendimento é freqüente a ocorrência do Beija-flor-besourinho-da-mata e do Beija-flor-rabo-de-tesoura. A criação, no ambiente do empreendimento, de um habitat ideal para eles certamente os atrairá, aumentando suas possibilidades de sobrevivência e procriação.

4.2- Os Elementos Artificiais - Urbanização e Obras

O projeto urbanístico original data de 1981 e destinava-se à implantação de um conjunto de sítios de recreio, porém o projeto nunca foi executado, embora constasse na planta da cidade. Com o interesse de adaptá-lo à proposta de condomínio horizontal urbano, o projeto urbanístico, teve que passar por uma série de adaptações, tendo como objetivo compatibilizar o uso residencial urbano com toda a legislação ambiental, de forma a preservar as qualidades básicas do ambiente natural.

Como o terreno tem algumas áreas bastante acidentadas a adaptação do sistema viário às condições da topografia foi uma das medidas destinadas a amenizar o impacto da implantação do loteamento. Alguns conjuntos de árvores de grande porte também foram determinantes para provocar a alteração do traçado viário em muitos trechos, objetivando sua preservação.

Foi necessário a elaboração de um novo levantamento topográfico da área para efetuar a localização exata de cursos d’água, nascentes, relevo, conjuntos de vegetação destinados à preservação e indivíduos arbóreos de destaque. Dessa forma possibilitou-se uma demarcação rigorosa das áreas não urbanizáveis e destinadas à preservação e ao uso comunitário. O novo empreendimento manteve o índice de utilização dos terrenos em torno de 15% para viabilizar uma baixa densidade ocupacional, favorecendo assim melhores condições para a preservação dos aspectos naturais do ecossistema local.

As obras necessárias à implantação do loteamento vêm se desenvolvendo dentro de uma estratégia planejada para interferir o mínimo possível na vegetação local e na topografia natural. As vias que transpõem os cursos d’água receberão nestes pontos um tratamento especial para possibilitar o trânsito de pequenos animais silvestres sob a faixa de rolamento, pretende-se assim reduzir o número de acidentes. Naturalmente que o trabalho de educação ambiental trará maior contribuição neste sentido.

Considerou-se que o maior impacto ambiental ocorrerá no período de implantação do sistema viário e das obras de infra-estruturas. Durante este trabalho os animais serão extremamente perturbados pelo trânsito, barulho e poeira, isto é óbvio e impossível de se evitar, porém medidas serão tomadas em relação ao repovoamento com espécies faunísticas nativas da região, num esforço de resgatar os débitos do empreendimento com o ecossistema natural da gleba onde será implantado o empreendimento que será exemplo de atuação integrada de empresários, diversos profissionais e instituições científicas tendo como objetivo principal a preservação da biodiversidade em interação com o uso urbanístico residencial.

4.3 – Pressões das Atividades Antrópicas

As condições apresentadas pela morfologia do terreno induziram a instalação de atividades antrópicas criando diferentes relações ambientais, o uso agropecuário instalou-se em toda área tendo sido mais devastador nos relevos planos onde o manejo foi mais facilitado, porém há aproximadamente 25 anos atrás, segundo informação verbal do arquiteto Solimar Neiva Damasceno, então administrador da Fazenda Retiro, todas as encostas foram desmatadas para dar lugar à plantação de 25.000 pés de café, como o cafezal não apresentou produção satisfatória foi eliminado e as encostas através de um processo de regeneração natural, foram sendo novamente repovoadas tanto de espécies vegetais nativas, quanto de fauna.

A área central do terreno apresenta-se mais baixa e plana, é recortada pelos cursos d’água provenientes de várias nascentes existentes no terreno. É a parte que sofreu maior impacto ambiental decorrentes de atividades antrópicas, foi totalmente desmatada, os cursos d’água correm a céu aberto, sem proteção natural das matas ciliares, fato que resultou uma modificação total do ecossistema original.

Segundo o Estudo de Impacto Ambiental- 1996 elaborado para o Condomínio Residencial Aldeia do Vale, a situação atual da vegetação nativa existente na área é extremamente delicada, onde constatou-se a existência de três ambientes distintos: Florestas, Mata Ciliar e Áreas Antrópicas.

A Floresta Tropical Semicaducifólia localizada nas imediações da BR-153 encontra-se em boas condições de preservação embora apresente “vestígios de antigas retiradas de alguns indivíduos arbóreos de interesse econômico e abertura de picadas ao longo da floresta. Na porção central houve uma descaracterização acentuada da reserva florestal, em decorrência de uma clareira transversal ao longo da mesma, onde seria a avenida de entrada do empreendimento. Essa clareira está abandonada e em processo de rápida regeneração natural”.

Duas zonas de Floresta Tropical Caducifólia localizadas nas encostas mais acidentadas e alto dos morros atualmente em processo de regeneração e da Mata Ciliar existem apenas resquícios. A formação de pastagens adentrou as faixas de preservação permanente prevista na legislação ambiental, restando poucos indivíduos característicos das áreas associadas aos cursos d’água.

As Áreas Antrópicas ocupam terrenos antes pertencentes à Floresta Tropical Semicaducifólia (planície), à Floresta Tropical Caducifólia (encosta) e à Floresta Galeria (fundos de vale e nascentes;  transformados em áreas de pastagens ou agricultura. As Áreas Antrópicas ocupam a maior parcela do território no loteamento em questão, fato que evidencia a importância da recomposição florística em toda sua extensão.

Portanto, a resultante do conjunto de ações provenientes da interferência humana na área é uma realidade bastante comprometedora das possibilidades de sua recuperação ambiental. Os desmatamentos deram início a uma série de alterações que desencadearam desequilíbrios ambientais comprometedores das possibilidades de sobrevivência de flora e fauna. A retirada da floresta afeta processos físicos, químicos e biológicos, como germinação, expansão do sistema radicular, decomposição de matéria orgânica, atividade de microorganismos e disponibilidade de nutrientes para as plantas.

Com a perda da floresta todo o sistema biológico é afetado; no caso específico da Região de Cerrado, onde uma interdependência vital entre os seus diversos subsistemas, a perda de parcelas significativas de mata provoca uma verdadeira catástrofe ecológica, pois desestabiliza estruturas que sobrevivem à partir da interação de seus diferentes conjuntos ambientais.

Atualmente, com a implantação do projeto urbanístico a seqüência de agressões ao espaço natural propicia um acentuado acréscimo de devastação ao conjunto de ações que uma obra de engenharia de grande porte, como é o caso do empreendimento em questão, mesmo quando está sendo conduzido de forma a interferir o mínimo possível nas estruturas naturais, implica em desmatamentos para possibilitar a implantação de ruas e avenidas, cortes e aterros para reduzir os desníveis do terreno, o qual é naturalmente bastante acidentado, construção de bueiros e obras-de-arte para possibilitar o trânsito sobre os curdos d’água, obras de drenagem pluvial, roçadeiras para manter o “espaço limpo”, etc.

O condomínio terá como elemento de segurança um muro de três metros de altura fechando toda sua extensão, este elemento será de grande impacto pois impossibilitará o trânsito de inúmeras espécies terrestres. Todos estes serviços e obras, necessários à implantação do loteamento provocarão um total desequilíbrio na fragilizada estrutura ambiental sobrevivente às agressões anteriores decorrentes do uso agropecuário.

Seguindo o término de implantação das obras básicas será dado início à apropriação do espaço pelos futuros moradores humanos, os quais construirão suas casas e posteriormente plantarão seus “jardins”. A forma de condução do processo de apropriação pelos futuros moradores será decisiva para a vida de fauna e flora anteriormente existente no local. Os novos moradores tanto poderão optar por um ajardinamento com espécies exóticas comerciais, quanto pela recuperação parcial do ambiente natural, para possibilitar o retorno e a sobrevivência de parte da fauna nativa.

Dentro dos horizontes de uma proposta de recuperação e preservação do meio natural a integração da população habitante da área é decisiva no processo de consolidação do ideal almejado. Somente através de um esforço conjunto, do qual participem: moradores, administradores, empreendedores e técnicos capacitados, será viável transformar o Condomínio Residencial Aldeia do Vale em um empreendimento “ecologicamente sustentável”, que seja modelo de proteção ambiental e preservação da biodiversidade em meio urbanizado e sirva de exemplo para outros bairros da cidade de Goiânia, e por efeito multiplicador, que sirva de exemplo também para outras cidades.

5- Diretrizes Básicas para o Empreendimento

Com base nas informações coletadas e analisadas evidenciaram-se as áreas que demandam maior ou menor intervenção, bem como, do ponto de vista qualitativo, quais as áreas que por serem de importância estrutural necessitam intervenções mais rápidas. Além das intervenções físicas serão necessárias medidas de caráter informativo e de formação de opinião, bem como bases científicas para o desenvolvimento de uma seqüência de ações no tempo-espaço para consolidar uma situação idealizada.

Para orientar a elaboração das propostas ambientais e paisagísticas foram estabelecidas as seguintes diretrizes básicas para o empreendimento Aldeia do Vale.

1 - Especial e urgente atenção para a recuperação e preservação do meio ambiente;

2 - Harmonizar a utilização dos recursos ambientais com a sua preservação;

3 - Superar o padrão de qualidade de vida existente nos empreendimentos residenciais;

4 - Minimizar os impactos ambientais, sobre flora e fauna, resultantes da apropriação da área pela atividade de moradia;

5 - Criar normas que estabeleçam regras de utilização e recomposição da área;

6 - Conscientização da população sobre a importância de um meio ambiente sadio para a vida humana;

7 - Criar uma estrutura estratégica que garanta uma continuidade no processo de preservação iniciado, tendo em vista que o clímax só será atingido num horizonte  temporal de longo prazo;

8 - Utilizar espécie carismática para incrementar o respaldo à preservação.


PLANO DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL E DIRETRIZES PAISAGÍSTICAS
Condomínio Residencial Aldeia do Vale

6. PROPOSTA

O empreendimento residencial Aldeia do Vale tem como meta atingir a recuperação da qualidade ambiental da área, de forma a proporcionar um ambiente favorável ao bem estar humano e que possibilite um convívio em harmonia com os valores da Natureza. Dessa forma, a proposta tem como diretrizes básicas um conjunto de planos e ações que resultarão na concretização da situação almejada.

A proposta encontra-se estruturada em três setores:

1- Sensibilização da Opinião Pública;

2- Recuperação e Preservação Ambiental; e

3- Paisagismo

O Setor de Sensibilização da Opinião Pública é composto por dois departamentos:

1- Educação ambiental; e

2- Divulgação

O trabalho do Sensibilização da Opinião Pública terá como símbolo a preservação dos beija-flores. A utilização do carisma dos beija-flores e a veiculação de sua imagem na mídia trarão com certeza os efeitos desejados, ou seja, despertar a consciência das pessoas para a importância da preservação ambiental como elo de dependência para a sobrevivência dos animais silvestres e do próprio Homem.

O Departamento de Educação Ambiental tem como objetivo informar e ampliar o conhecimento dos moradores do residencial em relação às questões ambientais, dedicando atenção especial às crianças, pois é através delas que se consolidará no futuro uma comunidade que seja verdadeiramente “ecologicamente correta”. A estrutura de educação ambiental a ser criada no Condomínio Residencial Aldeia do Vale visa difundir conhecimento também para outros setores da cidade atuando como um centro de difusão de informações e de divulgação dos valores ambientais do Cerrado.

O Departamento de Divulgação será responsável pela veiculação, na mídia, das propostas de cunho ambientalista que orientam a implantação do empreendimento, e também objetiva levar à comunidade a discussão de questões ambientais relacionadas à preservação, recuperação e manutenção dos espaços naturais.

O Setor de Preservação e Recuperação Ambiental é composto por três departamentos:

1- Estudos e Pesquisas;

2- Planejamento e Execução; e

3- Captação de Recursos Financeiros

O Departamento de Estudos e Pesquisas tem como objetivo desenvolver o conhecimento sobre a região do cerrado, particularmente sobre o seu subsistema de matas. As abordagens girarão basicamente em torno das seguintes questões: inventário de espécies florísticas e faunísticas, adaptação de espécies faunísticas ao convívio urbano, influências do convívio com a Natureza no comportamento do Homem urbano, relacionamento espaço urbanizado x espaço natural, germinação de sementes de espécies nativas, banco de matrizes vegetais e banco de sementes. O Departamento de Estudos e Pesquisas subsidiará todos os projetos de intervenção na área bem como os projetos de captação de recursos financeiros.

O Departamento de Planejamento e Execução é responsável pelo encaminhamento das propostas deste documento e sua implantação. É composto de uma área de projetos, uma de produção de mudas e plantio e uma de repovoamento. É uma estrutura operacional que viabiliza a consolidação do universo das propostas teóricas no espaço real.

O Departamento de Captação de Recursos Financeiros, de atuação integrada ao de estudos e pesquisas e ao de planejamento e execução, é o responsável pela produção de projetos de captação de recursos financeiros em instituições nacionais e estrangeiras, governamentais e não governamentais. A possibilidade da captação de recursos em tais instituições se viabiliza pelo respaldo patrocinado pelo convênio do empreendimento com a Universidade Católica de Goiás, por ser uma instituição de caráter educacional e científico de reconhecimento internacional.

O Setor de Paisagismo desdobra-se em dois departamentos:

1- Projetos; e

2- Acompanhamento de Execução

O Setor de Paisagismo tem a função básica de compatibilizar as propostas de preservação e recuperação ambiental com os interesses da comunidade local no que diz respeito ao uso dos espaços externos, sejam eles públicos ou privados.

O Departamento de Projetos exerce as funções de projetar os espaços paisagísticos condominiais de caráter coletivos e de conciliar e de integrar os elementos necessários e indispensáveis à conservação do ambiente com os elementos estéticos e de conforto urbano necessários, e indispensáveis, a consolidação de um espaço que seja agradável e ao mesmo tempo e funcional.

O Departamento de Acompanhamento de Execução visa orientar e fiscalizar a implantação dos projetos paisagísticos nas áreas comunitárias e particulares para que estejam em harmonia com a proposta global de preservação dos valores naturais do ambiente em questão.

A consolidação da proposta apresentada demanda recursos físicos tais como a construção de laboratório, viveiro, sala de exposições, auditório, biblioteca, videoteca e apoio. Será necessário criar no espaço do empreendimento uma infra-estrutura edificada que seja o suporte físico para as atividades em questão. Demanda também recursos humanos; profissionais competentes para a elaboração dos projetos necessários, para a coordenação da execução dos projetos, para articulações institucionais que visem captação de recursos, para dar suporte técnico-científico para as intervenções na área.

QUADRO RESUMO DA PROPOSTA

Sensibilização da Opinião Pública - Educação Ambiental e Divulgação

Recuperação e Preservação Ambiental - Estudos e Pesquisas, Planejamento e Execução, e Captação de Recursos

Paisagismo – Projeto, Execução e Acompanhamento da execução

6.1 Os Beija-Flores

O Condomínio Residencial Aldeia do Vale tem como lema o "ecologicamente correto", assim sendo a preservação ambiental e a adaptação da função urbana às necessidades de preservação é a principal meta do empreendimento. Procurou-se então encontrar um representante da fauna que pudesse ser o "simpático mascote", símbolo da preservação de fauna e flora nos domínios do empreendimento. Assim sendo os carismáticos Beija-flores foram os escolhidos para incrementar o respaldo à preservação. Tanto pela beleza quanto pela capacidade de adaptação a ambientes antropizados e convivência harmônica com os seres humanos.

Como os Beija-flores foram escolhidos para ser o símbolo do condomínio, todas as propostas paisagísticas desenvolvidas determinarão a utilização em massa de vegetação especialmente destinada a alimentá-los, visando dessa forma mantê-los no local em regime de domesticação livre, ou seja favorecendo a nidificação e a sobrevivência das várias espécies locais voando em liberdade e segurança.

Os beija- flores são aves, pertencentes à família Trochilidae, habitantes do continente americano. Das, aproximadamente, 320 espécies conhecidas a maioria tem como habitat as florestas da América do Sul.

Os beija-flores conseguem voar até 100 quilômetros por hora e são capazes de atingir uma vibração de asas entre 50 e 80 vezes por segundo. Executam manobras de vôo extremamente complexas, podem manter-se parados no ar, podem voar para frente e para trás, para cima e para baixo e mudam de direção em pleno vôo.

Os troquilídeos se alimentam de néctar e pequenos insetos, chegam a ingerir, em um só dia de atividade, oito vezes o peso do seu corpo. Eles têm necessidade desta exagerada quantidade de alimentos para se manterem em ação. Quase todo o açúcar consumido é absorvido por seu corpo e eliminado em forma de energia. Possui a maior capacidade de absorção de alimento do que as outras aves, conseguem digerir insetos em menos de dez minutos.

O beija-flor necessita em média de 6.660 a 12.400 calorias por dia, gasta em torno de 35 calorias por minuto. Para se obter esta quantidade de calorias à partir do néctar das flores são necessárias mais que mil flores.

Infelizmente estas maravilhosas criaturas estão sendo extintas devido aos desmatamentos que destroem os seus habitats. Vários beija-flores brasileiros documentados pelos estudiosos europeus, que os pesquisaram na época do Império, já não existem mais, só os conhecemos pelos desenhos ilustrativos arquivados em museus de história natural em Londres.

Os troquilídeos desempenham uma importante função na Natureza. São responsáveis diretos pela polinização de uma grande variedade de espécies vegetais. Portanto perder os beija-flores é reduzir a possibilidade de manutenção da vida nas florestas, pois é reduzir a produção de frutos, que alimentam outros animais, e de sementes, que garantem a germinação de novas plantas.

Os colibris obtêm carboidratos do néctar e proteínas dos insetos, não cessam suas atividades nem mesmo nas horas quentes do dia, como a maioria das aves tropicais que repousam à sombra, eles buscam as flores que possuem néctar diluído em concentrações pouco acima de 20%. Porém os beija-flores não se servem em todas as flores, somente buscam as que se adaptam às suas necessidades. As plantas que possuem flores cujo néctar são adequados à alimentação dos troquilídeos são denominadas de troquilógamas.

Quanto à reprodução, os beija-flores, têm apenas dois filhotes de cada vez. O tempo de incubação dos ovos varia de acordo com a espécie, de 12 a 15 dias, os filhotes abandonam o ninho com 20 a 30 dias retornando por um período apenas para dormir. O tempo de vida de um beija-flor é de dez a quatorze anos, porém lamentavelmente a média de vida que alcançam na atualidade não passa de 2 a 4 anos, devido às péssimas condições em que se encontra seu habitat.

Embora a maioria dos beija-flores brasileiros seja sedentária, o que agrava o risco de extinção, verificou-se entre algumas espécies deslocamentos de pequena, média ou grande amplitude. As movimentações de pequena escala podem ser denominadas de nomadismo, porém há ocorrências de verdadeiras migrações. No sudeste do Brasil ocorrem as migrações de altitude, quando no outono os beija-flores que habitam altitudes de 700 a 1.500 metros descem para regiões mais baixas. Também durante os meses de inverno observam-se migrações de maior amplitude, quando os colibris do sul buscam regiões setentrionais. O maior deslocamento constatado foi de 4.500 quilômetros entre o Alasca e o México.

No Estado de Goiás não se tem notícia de pesquisas específicas sobre os troquilídeos. O que se sabe é que existem em considerável quantidade e diversidade de espécies habitando as matas que acompanham os rios. No município de Goiânia toda a bacia do Rio Meia Ponte era berço e abrigo para os colibris, atualmente com a destruição das matas ciliares dos córregos que atravessam a cidade e com o desmatamento das margens e a poluição do Rio Meia Ponte, o habitat dos beija-flores deixou de ser berço e abrigo nesta região.

Estas belíssimas e úteis aves têm sido cada vez mais raramente vistas nesta capital, perderam espaço para o asfalto, as canalizações, as marginais, os automóveis, a arborização estéril introduzida no meio urbano, perderam espaço para o desamor, a indiferença, a ignorância, o egoísmo, enfim para tudo aquilo que torna a cidade, que construímos, palco de tantas incertezas, tantas aflições, injustiças e desajustes.

Para proteger e preservar os beija-flores que ainda "resistem" no município de Goiânia, todos os projetos paisagísticos desenvolvidos para o Condomínio Residencial Aldeia do Vale serão parcialmente compostos por vegetação troquilógama. Dessa forma o loteamento passará a ser um reduto de preservação dos beija-flores que habitam esta região do Cerrado, e um exemplo a ser seguido inclusive pela administração municipal que deveria tratar com maior seriedade e interesse a fauna local.

Na América do Sul e América Central as plantas polinizadas pelos beija-flores pertencem a família dos Musaceae, Bromeliaceae, Acanthaceae, Rubiaceae e Ericaceae. As flores troquilógamas têm as seguintes características:

1- Florescência diurna

2- Ausência de odor (com raras exceções)

3- Produção de néctar abundante com concentração de 15% a 25% de açúcar dissolvido

4- Cores vivas com predominância de vermelhos

5- Corola tubular, com nectários na base do tubo

6- Flor constituída por tecido espesso, sendo a base do tubo da corola protegida por cálice grosso ou por brácteas.

Como ainda não dispomos de pesquisas sobre a vegetação troquilógama nativa na Região do Cerrado, trabalharemos a princípio com plantas exóticas mescladas às nativas conhecidas, com o avanço das pesquisas haverá uma utilização em maior escala das plantas regionais. Segue-se uma lista de vegetação troquilógama que poderá ser utilizada nos projetos paisagísticos do Condomínio Residencial Aldeia do Vale.

ÁRVORES:

Amherstia nobilis - amércia
Bauhinia blakeana - árvore de orquídea
Bauhinia fortificata - unha de vaca
Bauhinia variegata candida - bauínia branca
Bombax ceiba - bombax
Brownea grandiceps - braunea vermelha
Brownea macrophylla - braunea laranja
Caesalpinae peltophoroides - sibipiruna
Chorisia speciosa - paineira
Callistemon salignus - escova de garrafa
Castanospermum australe - castanha da austrália
Delonix regia - flamboyant
Erythrina crista-galli - corticeira
Erythrina falcata - corticeira da serra
Erythrina velutina - mulungu
Erythrina verna - suinã coral
Erythrina speciosa - suinã
Eucalyptus ficifolia - eucalipto vermelho
Gmelina arborea - gmelina
Grevillea banksii - grevilea anã
Grevillea robusta - grevilea
Inga iuschnanthiana - ingá
Jacaranda mimosaefolia - jacaranda mimoso
Mimosa scabrella - bracatinga
Spathodea nilótica - espatódea
Tabebuia avelanedae - ipê roxo
Tabebuia avelanedae var. paulensis - ipê rosa
Tabebuia chrysotricha - ipê amarelo
Tabebuia ochracea - ipê amarelo
Tabebuia roseo-alba - ipê branco

FRUTÍFERAS:

Ananas comosus - abacaxizeiro
Carica papaya - mamoeiro
Caryocar brasiliense - pequizeiro
Citrus sinensis - laranjeira
Coffea arabica - cafeeiro
Inga marginata - ingá feijão
Musa sapientum e híbridos - bananeira
Passiflora sp. - maracujazeiro
Punica granatum - romanzeiro
Syzygium malaccense - jambo vermelho

ARBUSTOS:

Abutilon megapotamicum - lanterna japonesa
Abutilon striatum - lanterna chinesa
Abutilon venosum - sininho
Acnistus arboreus - fruta do sabiá
Aphelandra sinclairiana - afelandra coral
Aphelandra squarrosa - afelandra amarela
Aphelandra tetragona - afelandra vermelha
Bauhinia galpinii - bauínia vermelha
Caesalpinia pulcherrima - flamboyant mirim
Calliandra brevipes - esponjinha
Calliandra inaequilatera - esponjinha
Calliandra surinamensis - esponjinha rosa
Calliandra tweedii - esponjinha vermelha
Clerodendron speciosum - clerodendro coral
Duranta repens - duranta
Fuchsia regia - brinco de princesa do mato
Fuchsia sp. - brinco de princesa
Grevillea banksii - grevilea anã
Hamelia patens - amélia
Hibiscus rosa sinensis - hibisco
Hibiscus schizopetalus - lanterninha japonesa
Holmskioldia sanguinea - chapéu chinês vermelho
Holmskioldia sanguinea alba - chapéu chinês amarelo
Holmskioldia tettense - chapéu chinês roxo
Ixora chinensis - ixora
Ixora coccinea - ixora
Justicia aurea - justicia amarela
Justicia magnifica - justicia rosa
Justicia rizzinii - farroupilha
Lantana camara - lantana
Malviscus arboreus - malvisco
Megaskepasma erythrochlamys - capota vermelha
Mussaenda erytrophylla - mussaenda vermelha
Mussaenda frondosa - mussaenda branca
Mussaenda incana - mussaenda amarela
Norantea guianensis - rabo de arara
Odontonema strictum - odontonema
Pachystachys coccinea - jacobina vermelha
Pachystachys lutea - camarão amarelo
Russelia equisetiformis - russélia
Sanchezia nobilis - sanquésia
Salvia involucrata - salvia rosa
Salvia leucantha - salvia bicolor
Salvia guaranitica - salvia azul
Salvia splendens - salvia vermelha
Stifftia crysantha - diadema
Thevetia peruviana - chapéu de napoleão
Thumbergia erecta - tumbérgia arbustiva

HERBÁCEAS:

Agapanthus africanus - agapanto
Aloe arborescens - aloe candelabro
Alpinia zerumbet - alpínia branca
Alstromeria psittacina - alstroméria
Amaryllis belladona - lírio vermelho
Asystasia spp. - asistásias
Beloperone guttata - camarão
Canna indica - beríCordyline congesta - dracena roxa
Cuphea speciosa - erva de bicho
Erathemum nervosum - erantemo
Fuchsia hybridus - brinco de princesa
Gladiolus hybridus - gladíolo
Gloxinia sylvatica - gloxínia
Hedychium coccineum - lágrima de moça
Heliconia hirsuta - bananeirinha do mato
Heliconia revolutta - bananeirinha vermelha
Heliconia rostrata - bananeirinha
Helicteres sacarolha - saca-rolha
Impatiens walleriana - maria sem vergonha
Jasminum mesnyi - jasmim amarelo
Justicia scheidweileri - justicia rosa
Kniphofia uvaria - lírio tocha
Musa violascens - bananeira de jardim
Pedilanthus tithymaloydes "variegaus" - pedilanto
Pentas lanceolata - estrela do egito
Ruelia colorata - ruelia do amazonas
Ruelia elegans - ruelia vermelha
Ruelia makoyana - ruelia rosa
Scutellaria costaricana - escutelária
Streptosolen jamesonii - estreptosolen
Stromanthe sanguinea - caetê vermelho
Tecomaria capensis - tecomária
Tropaeolum majus - capuchinha grande

TREPADEIRAS:

Camptosema grandiflorum - cipó tapiá
Clerodendron speciosum - lágrima de cristo vermelha
Clerodendron splendens - clerodendro vermelho
Clerodendron thomsonae - lágrima de cristo
Combreatum coccineum - escova de macaco
Combreatum fruticosum - escova de macaco
Combreatum grandiflorum - escovinha vermelha de macaco
Doxantha unguis-cati - unha de gato
Ipomea horsfalliae - ipomea
Lonicera japonica - Madressilva
Mucuna benetii - flama da floresta
Mutisia coccinia - mutísia vermelha
Mutisia sp. - mutísia rosa
Petrea volubilis - flor de são miguel
Podrana ricasoliana - sete léguas
Pyrostegia venusta - cipó de são João
Thumbergia gradiflora - tumbérgia azul
Thumbergia mysorensis - sapatinho de judeu
Trachelospermum jasminoides - jasmim brilhante
Wisteria sinensis – glicínia

6.2 - Recuperação Ambiental

A recomposição da qualidade ambiental natural da área destinada à implantação do Condomínio Residencial Aldeia do Vale requer ações nos setores de reflorestamento, proteção dos recursos hídricos e repovoamento faunístico. Tais ações deverão ser provenientes tanto da administração do empreendimento quanto da população que irá residir no local.

Para conseguir a adesão dos moradores nos programas de preservação ambiental a serem implantados, torna-se necessário a implantação de um processo sistemático de educação ambiental, para que através do conhecimento, os condôminos, se sensibilizem e se disponham a participar, criando-se assim tanto nos espaços condominiais, quanto nos espaços privativos, um conjunto harmônico e integrado pelo cumprimento de uma proposta única, destinada a estabelecer diretrizes de recomposição, preservação e valorização de território em questão.

6.2.1 - Zoneamento Ambiental

Foram detectadas quatro zonas distintas nos domínios territoriais de Condomínio Residencial Aldeia do Vale: a Floresta Tropical Caducifólia, a Floresta Tropical Semicaducifólia, a Mata Ciliar e a Zona Antrópica. Considerando os diagnósticos anteriormente relatados estabeleceu-se as seguintes diretrizes para cada uma das zonas ambientais homogêneas:

ZONA DA FLORESTA TROPICAL CADUCIFÓLIA

1. Preservação da vegetação nativa existente

2. Reposição tríplice para cada indivíduo arbóreo sacrificado em função de procedimentos de urbanização

3. A reposição deverá ser feita com vegetação nativa porém não necessariamente da mesma espécie sacrificada

4. Retirar somente os indivíduos estritamente necessários para liberar área para as edificações

5. Cuidados técnicos rigorosos relativos à contenção de encostas

6. Evitar grandes movimentos de terraplanagem

7. Cuidados técnicos rigorosos relativos à drenagem de águas pluviais

ZONA DE FLORESTA TROPICAL SEMICADUCIFOLIA E ZONA ANTRÓPICA

A partir dos relatos anteriores constata-se que a maior parte da Zona Antrópica localiza-se em território devastado da Floresta Tropical Semicaducifólia, em decorrência estabeleceu-se as seguintes diretrizes:

1. Recomposição florística utilizando em 80% das especificações, exclusivamente espécies nativas regionais

2. Preservação dos conjuntos arbóreos nativos existentes

3. Introdução de pomares domésticos tendo em vista aumentar a oferta de alimento para a fauna

ZONA DE MATA CILIAR

A Zona de Mata Ciliar inclui a faixa de preservação ambiental das margens dos cursos d’água e nascentes, determinada pela legislação federal, estadual e municipal de preservação ambiental.

Os terrenos limítrofes à Zona de Mata Ciliar são considerados como área de transição e deverão receber tratamento particularizado, que será descrito no item 6.3.4. As partes dos terrenos particulares que em alguns casos situarem-se dentro das faixas de preservação ambiental deverão receber o tratamento de Zona de Mata Ciliar.

Para a Zona de Mata Ciliar seguem-se as seguintes recomendações:

1. Preservar todas as árvores remanescentes da Mata Ciliar anteriormente existente

2. Promover a imediata recomposição florística nas faixas de preservação ambiental legal

3. Demarcar a área de preservação das nascentes existentes no terreno e executar um aceiro de proteção

4. Reflorestar os diâmetros de preservação das nascentes

5. Introduzir no reflorestamento espécies vegetais de importância para a sustentação da fauna

6. Proteger a Zona de Mata Ciliar de todos agentes poluentes provenientes da ocupação urbana

7. Desenvolver projeto de educação ambiental especificamente voltado para os moradores dos terrenos lindeiros à Zona de Mata Ciliar

8. Adequar a proposta de urbanização às necessidades de preservação da faixa de mata ciliar existente ao longo do curso d’água intermitente situado nas quadras 39, 40 e 42.

6.2.2 - Reflorestamento

O reflorestamento do território onde se instala o Condomínio Residencial Aldeia do Vale tem caráter de recomposição ambiental, portanto deverá conter basicamente vegetação nativa regional, num percentual de 80% do total. A especificação deverá respeitar a zona ambiental onde se localizar o terreno a ser reflorestado tendo como base o mapeamento anteriormente apresentado.

Assim sendo a listagem básica de espécies vegetais nativas recomendadas é a seguinte, por zona homogênea:

ZONA DA FLORESTA TROPICAL CADUCIFÓLIA

Angico Anadenanthera sp
Aroeira Astronium urundeuva
Bacuri Sheelea phalerata
Barriguda Chorisea speciosa
Bingueiro Cariniana estrellensis
Cachimbeiro
Cambará Gochnatia sp
Canela Ocotea sp
Canzileiro Plathypodium elegans
Cedro Cedrella ficilis
Chichá Sterculia striata
Embaúba Cecropia pachystachya
Erva-de-passarinho Psyttacauthus sp
Feijão-cru Platimuscium floribundum
Gonçaleiro
Ingá Inga sp
Jacarandá-canzil Platypodium elegans
Jacarandá-bico-de-pato Machaerium acutifolium
Jangada Apeiba tibourbou
Jequitibá Cariniana estrellensis
Louro Nectandra sp
Mandiocão Didymopanax morototoni
Maria-preta Terminalia brasiliensis
Marinheiro Guarea guidonea
Mutamba Guazuma ulmifolia
Pateiro Sloane brasileiras
Peroba Aspidosperma sp
Tamboril Enterolobium contortisiliquum
Tento Ormosia sp
Urtiga
Virola Virola sebifera
Açoita-cavalo Luchea divaricata
Cedrinho
Folha-de-bolo Platyciamus regnelli
Guariroba Syagrus oleracea
Guatambú Aspidosperma subincanon
Ipê Tabebuia sp
Jacaranda Machaerium acutifolium
Jõao-mole Mabea fistulifera
Mandiocão Didymopanax morototoni

ZONA DA FLORESTA TROPICAL SEMICADUCIFOLIA E ZONA ANTRÓPICA

Amendoim-da-mata Machaerium sp
Angico Anadenanthera falcata
Angico-vermelho Anadenanthera
Apui/figueira Ficus sp
Bacupari Salacia crassifolia
Barriguda Chorisea speciosa
Baru Dipteryx alata
Bingueiro Cariniana estrellensis
Breu-mescla Protium heptaphyllum
Cafezinho Rhamnidium elaeocarpus
Canela-de-velho Aspidosperma discolor
Canzileiro Platypodium elegans
Carne-de-vaca Roupala brasiliensis
Caroba Jacaranda puberula
Cedro Cedrela fissilis
Curtiça Não identificada
Farinha-seca Albizia haslerii
Feijão-cru Platimiscium florimbundum
Freijó-branco Cordia trichotoma
Garapa Apuleia leiocarpa
Guapeva Pouteiria torta
Guariroba Syagrus oleracea
Guatambu Apidosperma sp
Ingá Inga sp
Ipê-roxo Tabebuia impetiginosa
Jaborandi Piper gaudichaudianum
Jatobá Hymenaea courbaril
Jõao-farinha Callistene sp
Jurema
Louro Nectandra sp
Macambira Bromelia sp
Mamica-de-porca Zanthoxilon rhoifolium
Mandiocão Didymopanax morototoni
Maria-pobre Dilodendron bipinnotum
Maria-preta Terminalia brasiliensis
Marinheiro Guarea guidonea
Micônia Miconia sp
Mirindiba Terminalia glabrescens
Mutamba Guazuma ulmifolia
Negramina Siparuna guianensis
Oiti Licania sp
Pau-d’óleo Copaifera langsdorfii
Pau-marfim
Pau-jacaré Piptadenia gonoacantha
Pau-jangada Apeiba tibourbou
Peroba-rosa Apidosperma cyllindrocarpon
Sobre Emmotum nitens
Taboca Guadua paniculata
Ucuúba Virola sebifera

ZONA DE MATA CILIAR

Angico Anadenanthera sp
Bambu Bambusa vulgaris
Corticeiro-anão Erytrina sp
Feijão-cru Platimiscium floribundum
Guapeva Pouteria torta
Imbaúba Cercopia sp
Ingá Inga sp
Marinheiro Guarea guidonia
Pau-pombo Tapirira guianensis
Pimenta-de-macaco Xylopia aromatica
Pororoca Rapanea guianensis
Sangra-d’água Croton urucurana
Taboa Thypha dominguensis

Todas as espécies vegetais nativas recomendadas para compor as zonas ambientais do Condomínio Residencial Aldeia do Vale deverão constar nos projetos paisagísticos dos terrenos públicos e particulares de forma distribuída segundo a zona onde se localizar a área. Poderão ocorrer especificações de espécies exóticas quando houver a necessidade de intensificar a oferta de alimentos para a fauna.

A vegetação específica para alimentar os beija-flores deverá constar no reflorestamento da área segundo as recomendações do item 6.1.

6.2.3 - Proteção das Águas

Os cursos d’água, bem como as nascentes perenes ou intermitentes, são protegidos por lei, cabe à população utilizar estas dádivas da Natureza de forma racional, preservando os mananciais aqüíferos para as gerações futuras.

A forma de se proceder tal preservação é basicamente impedir a poluição dos cursos d’água e nascentes, manter a permeabilidade do solo para possibilitar a manutenção do lençol freático e garantir a preservação das matas ciliares.

A intervenção nos fundos-de-vale do Condomínio Residencial Aldeia do Vale deverá obedecer as seguintes diretrizes, planejadas para consolidar efetivamente a revitalização de todas as cabeceiras do Córrego Pedreira existentes em seu território:

1. Priorizar o reflorestamento da Zona de Mata Ciliar

2. Priorizar soluções de coleta de esgoto sanitário e lixo

3. Criar um sistema de caminhos para pedestres delimitando a Zona de Mata Ciliar e favorecendo a apropriação dos fundos-de-vale pelos moradores do condomínio

4. Conciliar a preservação ambiental com o uso destinado ao lazer.

Considerando as situações diagnosticadas, no item 4.1.2, propõe-se as seguintes medidas:

1. Para as nascentes 1, 2, 3, 4 e 5 - passar legalmente para domínio público toda a área de preservação ambiental protegida por Lei. E proceder tratamento de desobstrução das nascentes, principalmente da nascente número 3, a qual encontra-se parcialmente aterrada.

2. Para o trecho de curso d’água intermitente localizado em território privado - passar legalmente para domínio público toda a área de preservação ambiental protegida por Lei.

3. Para os demais trechos - por estarem em áreas públicas de uso comum e já destinados á preservação ambiental, apenas os procedimentos normais de cumprimento da legislação pertinente.

6.2.4 - Repovoamento

Constatou-se que os indivíduos da fauna existente no território do Condomínio Residencial Aldeia do Vale é, em sua maior parte, composta por uma população bastante diversificada de aves. Como o período de pesquisas para a identificação das espécies foi relativamente curto é provável que inúmeras espécies da fauna regional não tenham sido identificadas no local.

Para possibilitar a convivência dos indivíduos faunísticos ainda existentes no local, com a ocupação urbana, bem como o aumento de sua população, deverão ser tomadas medidas de: educação ambiental dos moradores; reflorestamento com espécies vegetais frutíferas; evitar a utilização de agrotóxicos e quando necessária utilizá-los com muito critério e ainda, restringir a criação de gatos e cães nos domínios de condomínio.

A possibilidade de repovoamento com os beija-flores já foi abordada no item 6.1, para o repovoamento com outras espécies da fauna deverão ser tomadas as seguintes medidas:

1. Patrocinar pesquisas sobre a fauna local - identificação e comportamento

2. Desenvolver projetos específicos de repovoamento, principalmente dos animais mais raros

3. Mobilizar os moradores para participarem de ações destinadas ao repovoamento

4. Introduzir espécies vegetais frutíferas nos projetos de reflorestamento de forma a propiciar alimentação abundante durante todas as estações do ano

5. Promover campanhas de doação de mudas de plantas frutíferas para os moradores comporem pomares domésticos

6. Restringir ao máximo o uso de agrotóxicos

7. Estabelecer convênios com instituições mantenedoras de fauna nativa

8. Implantar uma programação sistemática de educação ambiental com os moradores locais

9. Restringir a criação de animais domésticos que coloquem em risco a vida silvestre

Além da lista de plantas troquilógamas, ou seja, as que se prestam a alimentar os beija-flores, apresentada no item 6.1; segue-se uma listagem de espécies recomendadas para sustentação da fauna:

Bacupari Rheedia gardneriana
Baru Dipteryx alata
Jequitibá Cariniana estrellensis
Breu-mescla Protium heptaphyllum
Cafezinho Rhamnidium elaeocarpus
Guapeva Pouteiria torta
Macaúba Acrocomia aculeata
Ingá Inga sp
Louro Nectandra rigida
Mamica-de-porca Zanthoxylon rhoifolium
Mandiocão Didymopanax morototoni
Maria-pobre Dilodendron bipinnotum
Maria-preta Terminália brasiliensis
Marinheiro Guarea guidonea
Jacatirão Miconia cinnamomifolia
Mirindiba Terminalia glabrescens
Mutamba Guazuma ulmifolia
Oiti Licania sp
Ucuúba-do-cerrado Virola sebifera
Chichá Sterculia striata
Açaí Euterpe oleracea
Araçá-amarelo Psidium cattleyanum
Aroeira-mansa Schinus mole
Aroeira-vermelha Schinus therebinthifolius
Bananeira Musa sapientum
Batinga-vermelha Eugenia rostrifolia
Bracatinga Mimosa scabrella
Buriti Mauritia flexuosa
Capororoca Rapanea umbellata
Caqui Diospyrus kaki
Cerejeira-do-mato Eugenia involucrata
Chá-de-bugre Casearia sylvestris
Embaúba Cecropia peltata
Erva-mate Ilex paraguariensis
Genipapo Genipa americana
Goiaba-do-mato Feijoa sellowiana
Goiabeira Psidium guajava
Grandiúva Trema micrantha
Grápia Apuleia leiocarpa
Grumixama Eugenia brasiliensis
Guapuruvú Schizolobium parahyba
Jaboticabeira Myrciaria trunciflora
Laranjeira Citrus sinensis
Magnólia-amarela Michelia compacta
Mamoeiro Carica papaya
Mangueira Mangifera indica
Nespereira Eryobotria japonica
Palmeira-de-leque Livistonia chinensis
Palmito Euterpe edulis
Pequizeiro Caryocar brasiliense
Umbú Phytolacca dioica
Framboesa Rubus sellowii
Lantana Lantana camara
Opuntias Opuntia sp
Maracujá Passiflora spp
Ripsalis Rhipsalis spp

É evidente que a listagem apresentada deverá ser considerada como uma lista básica, devendo ser acrescida de inúmeras outras espécies segundo as necessidades e interesses dos usuários.

6.2.5 - Educação Ambiental

De todas as ações destinadas à recuperação ambiental da área onde se instala o Condomínio Residencial Aldeia do Vale, é a Educação Ambiental a mais importante, pois é sem dúvida alguma, a que servirá de base para possibilitar a continuidade de todas as outras ações já deflagradas no local.

Os maiores interessados em possibilitar a consolidação da proposta ambientalista do empreendimento deverão ser os moradores, uma vez que buscaram o condomínio principalmente por sua situação diferenciada em relação às condições ambientais e também de segurança, naturalmente.

Porém, com a ocupação da área grande parte dos aspectos naturais serão sacrificados para dar espaço às ruas e construções, descaracterizando assim, parcialmente, o principal atributo de atração do local que é a reserva de mata, ou seja os indivíduos arbóreos remanescentes do processo devastatório ocorrido anteriormente.

Será necessária, portanto, a atuação sistemática e consciente da comunidade tendo em vista a preservação de todos os bens naturais ainda existentes e a recomposição do ambiente natural, dentro das possibilidades de compatibilização com as necessidades do uso urbano/residencial. O trabalho de educação ambiental deverá ser calcado em estratégias de integração comunitária, para possibilitar um efeito multiplicador de todas as iniciativas da administração do condomínio.

A espécie carismática escolhida para incrementar a motivação preservacionista do local foi o beija-flor, cuja imagem simboliza o Condomínio, a principal fonte de congraçamento comunitário deverá ser sua preservação e a possibilidade de repovoamento desta espécie.

Para possibilitar a organização comunitária em torno deste assunto deverão ser tomadas as seguintes medidas:

1. Criar uma entidade preservacionista, não governamental, de alcance externo ao condomínio, que não vise lucro e que invista na preservação e repovoamento dos beija-flores.

2. Patrocinar pesquisas sobre os beija-flores na Região dos Cerrados

3. Criar um viveiro de plantas troquilógamas para distribuição no condomínio

4. Promover, junto à mídia, a divulgação da intenção do condomínio de promover o repovoamento de beija-flores em seu território

5. Produzir cartilhas informativas sobre os beija-flores.

6. Promover palestras, filmes e exposições artísticas tendo os beija-flores como tema

7. Incentivar a criação de painéis artísticos, tendo como tema central os beija-flores, como parte integrante da arquitetura e do paisagismo das áreas particulares.

Além da sensibilização da comunidade local para a preservação e proteção dos beija-flores, deverá ser desenvolvido paralelamente um trabalho dirigido aos outros animais nativos, à preservação das matas e proteção das nascentes e cursos d’água. Desenvolver a consciência da população para a convivência do ser humano com os outros habitantes do ambiente partilhado, é fator indispensável para atingir, de forma satisfatória, os objetivos estabelecidos.

Enquanto as atividades ligadas à preservação e repovoamento de beija-flores são fundamentais para desencadear e desenvolver um processo de sensibilização da comunidade, as atividades ligadas à disseminação de conhecimento relativo às questões ambientais são fundamentais para criar uma "consciência ecológica" global, a qual desencadeia ações em caráter permanente de reciclagem, preservação e manutenção ambiental.

Para promover a disseminação do conhecimento ambiental deverão ser tomadas as seguintes medidas:

1. Criação de atividades de educação ambiental dirigidas às crianças, adolescentes e jovens, objetivando formação de mentalidade

2. Organização de pequenos grupos para observação da fauna local

3. Produção de material gráfico sobre o tema com ilustrações provenientes de fotos, filmes ou desenhos feitos no próprio condomínio para criar uma identidade entre o morador e seu meio.
As atividades descritas deverão ser realizadas no território do condomínio, tendo como público alvo os moradores do local, para que o trabalho possa ter a continuidade necessária ao amadurecimento e à consolidação da recuperação ambiental almejada e à conscientização e engajamento comunitário pretendidos; só assim todo o esforço despendido se reverterá em qualidade de vida, objetivo primordial do empreendimento.

O Setor de Sensibilização da Opinião Pública descrito no item 6. fornecerá todo o respaldo necessário à atividade de Educação Ambiental, inclusive atuando na captação de recursos financeiros para a produção de material de divulgação dos conteúdos necessários.

6.3- Diretrizes Paisagísticas

O Setor de Paisagismo tem como principal objetivo compatibilizar as necessidades de preservação dos valores ambientais naturais com as necessidades decorrentes da urbanização e apropriação da área pela função habitação.

A definição das diretrizes paisagísticas foram estabelecidas em relação ao Zoneamento Paisagístico e à utilização da vegetação nativa e exótica, tanto em áreas públicas quanto privadas.

6.3.1- Zoneamento Paisagístico

As zonas de paisagens homogêneas foram definidas a partir das vocações naturais existentes no terreno e a partir das determinações do projeto urbanístico. A localização das zonas paisagísticas são decorrentes da interação dos elementos naturais com os artificiais tendo como meta atingir uma ambiência projetada para proporcionar o máximo de conforto e beleza para os moradores da área e também o máximo em recuperação e preservação de fauna e flora locais. Estão estabelecidas as seguintes cinco zonas paisagísticas:

1- Zona de Preservação "In Natura"

2- Zona de Utilização Funcional Controlada

3- Zona de Utilização Funcional Livre

4- Zona de Utilização Funcional Incentivada

5- Zona de Ambientação Linear

6- Zona de Lazer e Recreação

A Zona de Preservação "In Natura" compreende as reservas legais contidas no empreendimento por determinação do Código Florestal. Tais áreas serão objeto de estudos e pesquisas e são espaços de abrigo e refúgio para os animais silvestres. Esta zona receberá uma complementação da vegetação com espécies nativas frutíferas e a instalação de bebedouros em pontos estratégicos. O trânsito de veículos dificulta o acesso dos animais aos cursos d’água naturais, dessa forma os bebedouros são elementos de amenização do impacto urbanístico sobre a vida nativa.

São Zonas de Preservação "in natura": O território remanescente de Floresta Tropical Semicaducifólia localizado entre a BR-153 e o condomínio; e a Área Pública Municipal destinada à Preservação Ambiental localizada no morro culminante do loteamento.

A Zona de Utilização Funcional Controlada compreende os terrenos protegidos por lei por se destinarem à proteção dos recursos hídricos. São áreas limítrofes aos cursos d’água e nascentes. O tratamento paisagístico deverá interferir o mínimo possível em sua ecologia natural, porém permitirá o uso destes espaços para atividades lúdicas ao ar livre, ligadas a caminhadas e contemplação. Induzir o uso é o mesmo que induzir a apropriação do espaço; única forma de criar uma situação em que a própria população passe a fiscalizar sua preservação e manutenção.

A Zona de Utilização Funcional Controlada será delimitada por uma calçada periférica para possibilitar a circulação de pedestres e bicicletas. Assim pretende-se incentivar o uso dos equipamentos, tais como bancos e quiosques, que serão instalados para o desfrute da população.

Quanto à vegetação, será reflorestada com espécies nativas, devendo compreender em 30% a ocorrência de frutíferas e 30% a de troquilógamas, para propiciar um maior respaldo à vida faunística.

Em alguns trechos mais acidentados, onde houver a possibilidade de se instalar pequenos espelhos d’água, eles deverão ser projetados e construídos de forma a beneficiar a aeração e a umidificação da atmosfera, porém deverão manter uma distância mínima, entre a cota de inundação e a divisa do terreno particular, de 20 metros, para possibilitar a implantação de passeio público, ciclovia e gramados para trânsito de animais.

A Zona de Utilização Funcional Livre compreende os terrenos particulares, exceto os dez metros limítrofes às áreas públicas. Deverá ser feito um trabalho de esclarecimento junto aos proprietários das áreas particulares sobre a importância da utilização de espécies vegetais nativas, frutíferas e troquilógamas em seus jardins, para que, com a colaboração da população local, o trabalho de recuperação e preservação ambiental seja plenamente coroado de êxito.

A Zona de Utilização Funcional Livre apresenta duas situações características dos terrenos particulares; uma compõe os terrenos localizados nas encostas e morrainhas, neste caso é importantíssimo o esclarecimento dos proprietários sobre a delicadeza deste ecossistema composto de árvores nativas que protegem o solo e abrigam os animais. A preservação das árvores nativas é obrigação e responsabilidade dos proprietários deste terrenos sob pena de provocarem danos ambientais irreparáveis. A outra situação compõe os terrenos localizados na área antropizada, neste caso é fundamental o replantio de essências nativas, árvores frutíferas e flores, muitas flores troquilógamas.

É necessário criar consciência de que é nas áreas particulares que a essência da preservação ambiental no Condomínio Residencial Aldeia do Vale se estabelece e gera condições de ampliar seu benefício a partir da somatória de investimentos individuais limitados às divisas dos terrenos particulares.

A Zona de Utilização Funcional Incentivada compreende uma faixa de dez metros dos terrenos particulares, localizada na região limítrofe à Zona de Utilização Funcional Controlada. Propõe-se que seja reflorestada com espécies nativas, porém seu reflorestamento não tem caráter obrigatório. Será feito um trabalho de esclarecimento junto aos proprietários sobre a importância da ampliação de faixa de preservação dos cursos d’água, a qual cumpre a função de permitir maior permeabilidade das águas pluviais, evitar o assoreamento dos fundos de vale, abrigar a fauna, diminuir a velocidade dos ventos, reduzir o calor, etc, etc.

Os proprietários de terrenos limítrofes à Zona de Utilização Funcional Controlada receberão como incentivo da administração condominial a doação e o plantio das mudas necessárias para o reflorestamento em questão.

A Zona de Ambientação Linear compreende uma faixa de reflorestamento obrigatório ao longo das ruas e avenidas, abrangendo uma faixa de dez metros da frente dos terrenos particulares conforme estabelecido no estatuto do condomínio. O plantio e a manutenção desta faixa é de responsabilidade da administração local. As espécies vegetais a serem utilizadas serão mistas, ou seja, espécies nativas regionais e espécies exóticas, desde que cumpram a função de manutenção da fauna. Na Zona de Ambientação Linear deverá ser dada uma atenção especial aos beija-flores.

Outra importância que deverá ser dada às faixas lineares é a caracterização das vias, a vegetação deverá obedecer a critérios de composição que possibilite uma leitura urbana personalizada de forma individual para cada via, facilitando assim a orientação dos transeuntes, além de estabelecer um ritmo paisagístico dinâmico conferindo à paisagem diferentes nuances de percepção.

A Zona de Lazer e Recreação compõe os espaços destinados às praças. Receberá maior concentração de equipamentos recreativos e desportivos. A vegetação que deverá compor com sua urbanização será mista de espécies nativas e exóticas dando especial atenção às plantas troquilógamas. Sugere-se que sejam incluídas nos projetos áreas e caminhos sombreados por pérgolas para possibilitar a utilização de trepadeiras troquilógamas.

6.3.2 Utilização da Vegetação Nativa e Exótica

O uso da vegetação nativa deverá ser priorizado em todos os projetos paisagísticos a serem elaborados no território do Condomínio Residencial Aldeia do Vale, para que todas as parcelas de terreno, particulares ou condominiais, ofereçam sua contribuição para a consolidação da proposta global de recuperação e preservação dos valores naturais da ecologia local.

A vegetação exótica deverá ser usada com muito critério, ou seja, somente para atender às necessidades de reforçar a alimentação de manutenção da fauna. Naturalmente que não será imposta uma "tirania" de espécies nativas, porém o bom senso indica que para alcançar o objetivo de respeito e preservação do Subsistema de Mata da Região do Cerrado, uma área de seis milhões de metros quadrados, inserida em seu território oferece uma contribuição significativa se receber tratamento adequado. Assim quanto mais próximo se mantiver da situação nativa maior a contribuição da comunidade condominiada do Condomínio Residencial Aldeia do Vale para a preservação desse importante ecossistema.

Para orientar sobre as espécies vegetais mais recomendadas para o replantio da área ver o item 4.1.3 FLORA, o item 6.1 OS BEIJA-FLORES, o item 6.2.4 REPOVOAMENTO, naturalmente que espécies vegetais não contempladas nas listagens de consulta, apresentadas neste documento, também poderão ser utilizadas, porém sugerimos que se priorize a utilização de espécies vegetais que proporcione alimento à fauna, e particularmente aos beija-flores.

6.3.3 Áreas Públicas Condominiais

As áreas públicas condominiais são compostas pelas seguintes zonas: Zona de Utilização Funcional Controlada, Zona de Lazer e Recreação, e Sistema Viário composto pelo conjunto de ruas e avenidas com seus canteiros centrais e rótulas viárias. São de responsabilidade de implantação e manutenção da administração local.

A Zona de Preservação "In Natura" tem parte situada no interior de áreas privativas e parte situada em área pública, porém toda ela é de responsabilidade de preservação do condomínio, terá como equipamento apenas os bebedouros para os animais silvestres.

Cada zona homogênea deverá ser projetada de acordo com suas especificidades de uso e possibilidade de concentração de equipamentos uma vez que a densidade de utilização, as exigências de preservação e os interesses estéticos são muito variáveis entre elas.

A Zona de Utilização Funcional Controlada, a qual compreende toda área de preservação dos fundos de vale e nascentes tem como principal característica a proteção dos mananciais aqüíferos, receberá equipamentos lúdicos tais como pequenos quiosques e espelhos d’água, bancos, esculturas, brinquedos esculturais, calçadas para pedestres e ciclistas. Tais equipamentos serão dispersos pela área para evitar a concentração de atividades em um mesmo ponto. Assim não serão necessárias grandes extensões impermeabilizadas ou perturbadoras.

Os leitos dos córregos deverão ser mantidos "in Natura" sendo toleradas apenas as alterações necessárias para a construção dos espelhos d’água. A re-vegetação deverá ocorrer de forma a recompor as florestas ciliares nativas, enriquecida com espécies frutíferas e troquilógamas.

Os pisos serão permeáveis ou semipermeáveis em toda sua extensão, somente a calçada que delimita a zona será pavimentada obedecendo as seguintes medidas: 1.50m de largura para o trânsito de pedestres. Após o passeio destinado aos pedestres será instalada uma faixa de 1.50m de jardim separando o trajeto seguinte destinado aos ciclistas. O caminho para as bicicletas terá 2.00m de largura e piso ensaibrado.

Em alguns trechos serão construídas pontes para permitir a interligação deste sistema de caminhos de vale, o qual esta sendo proposto com o principal objetivo de favorecer e induzir a apropriação das Zonas de Utilização Funcional Controlada pela comunidade.

Os elementos lúdicos tridimensionais serão ocorrências esparsas ao longo dos caminhos, conferindo efeitos de surpresas e funcionando também como sistema de referências para orientação e identificação de locais específicos.

Deve-se ter um cuidado especial com o sistema de iluminação, uma vez que as luzes artificiais inibirão os animais silvestres de hábitos noturnos. Serão instaladas luminárias com facho de luz voltados para o chão a uma altura máxima de 0.50m. Só para marcar o caminho. As luzes não deverão permanecer acesas durante toda a noite.

A nascente número 3, a única localizada a sul da Avenida Floresta, na Quadra 42, não foi detectada no levantamento topográfico, conseqüentemente foi loteada; dessa forma a sua faixa de preservação linear e nascente não estão liberadas para o uso comunitário e de preservação. A nascente localiza-se no lote 10 e o vale decorrente de sua ação moldadora transita entre os terrenos 1, 2 e 3 da Quadra 39 e o terreno 4 da Quadra 40.

Será necessário um remanejamento de usos para possibilitar o respeito às determinações do Código Florestal e proceder a preservação de sua zona de proteção ambiental.

A Zona de Lazer e Recreação é composta por espaços destinados à instalação de equipamentos recreacionais, desportivos, utilitários, lúdicos, de contemplação e descanso.

Cada área que compõe a Zona de Lazer e Recreação deverá ser projetada de forma a caracterizá-la com personalidade própria, assim sendo o conjunto das áreas destinadas ao lazer e à recreação deverão ser equipados com quadras, aparelhos para ginástica, barzinho, paisagens contemplativas, brinquedos que favoreçam o desenvolvimento psicomotor, escolas especiais (música, dança), etc.

O conjunto das áreas que compõem a Zona de Recreação e Lazer deverá ser equipado de forma a contemplar todas as faixas etárias, diversificando ao máximo as atividades e, conseqüentemente, os equipamentos às quais se destinam, para possibilitar o máximo de abrangência em termos de satisfação dos interesses da comunidade atendendo diversos grupos de preferências.

O Sistema Viário, contem os espaços das calçadas, canteiros centrais e rótulas, deverá ser contemplado com uma composição de vegetação arbórea de forma a caracterizar cada via de forma personalizada. Como as vias receberam nomes de espécies vegetais, nem sempre nativas, a espécie contemplada deverá ter ocorrência significativa no conjunto da massa arbórea. A composição vegetal deverá incluir espécies frutíferas e troquilógamas formando massas de diferentes densidades ao longo das vias. As áreas de densidade acentuada deverão receber uma formação de base com vegetação umbrófila. Plantas epífitas também deverão ser instaladas para criar elementos de composição à altura dos olhos dos transeuntes, principalmente ao longo das calçadas para pedestres.

6.3.4 Áreas Privativas

As áreas privativas, compõem os espaços particulares destinados á edificação de residências. O uso e o manejo nestes espaços são determinantes para que o cenário proposto para o Condomínio Residencial Aldeia do Vale seja efetivamente consolidado.

O conjunto ambiental do Condomínio Residencial Aldeia do Vale só se viabilizará como território de preservação ambiental através do tratamento adequado que se deve dispensar a cada uma de suas parcelas de apropriação individual.

Portanto o trabalho de educação ambiental assume caráter relevante no contexto preservacionista do empreendimento, pois será a possibilidade de formar opinião sobre a importância, e também as vantagens, em termos de beleza e conforto ambiental, de preservar a vegetação nativa e criar condições para a sobrevivência da fauna local.

"Só se ama o que se conhece" é um ditado popular de larga utilização no meio dos ambientalistas. Geralmente as pessoas só se preocupam com a "Natureza" localizada em áreas distantes, ou seja: parques, matas, territórios agrestes, etc. Porém a Natureza que está próxima não é vista como elemento de conservação e proteção.

Dentro dos limites de um lote urbano pode-se criar um ambiente favorável à vida de inúmeros animais da fauna nativa regional, ambientes compostos com vegetação apropriada para criar possibilidades de regeneração ambiental quando associados a ambientes vizinhos também recompostos com o mesmo objetivo.

Dessa forma, o trabalho de educação ambiental a ser desenvolvido com os moradores do Condomínio Residencial Aldeia do Vale, deverá ter como objetivo convencer as pessoas que é possível ter uma participação prática e efetiva no processo de preservação ambiental, mesmo sem sair de casa, basta construir um "jardim ecológico", ou seja: um jardim que tenha como meta proporcionar sobrevivência para animais da fauna nativa.

Quanto à localização, as áreas privativas, ocupam todos os ambientes existentes no empreendimento já relatados neste documento. Tendo como base as análises elaboradas pelo Estudo de Impacto Ambiental-1996 foram definidas as seguintes diretrizes, por tipologia de ambiente relacionado à localização do lote:

1. Terrenos de encostas e morrainhas com cobertura vegetal do tipo Floresta Tropical Caducifólia. Estes terrenos são responsáveis pelo aspecto de maior relevância na paisagem global do Condomínio Residencial Aldeia do Vale, que é o ambiente de mata. Portanto a destruição destas matas nativas traria, além do prejuízo ambiental, a descaracterização do empreendimento naquilo que ele tem de mais precioso, que é a possibilidade da convivência da função de habitação urbana com a floresta e o meio ambiente natural preservado. Recomenda-se:

1.1 Preservar a vegetação arbórea nativa

1.2 Só retirar árvores em casos estritamente necessários, substituindo-as por no mínimo três árvores, a serem plantadas preferencialmente no mesmo terreno.

1.3 Elaborar o mínimo de movimento de terra possível, procedendo nestes casos um trabalho criterioso de contenção de encostas para as áreas de cortes,observar, para a definição das áreas de aterro, as zonas do terreno menos povoada de árvores.

1.4 Estudar e executar com critérios técnicos rigorosos as obras de drenagem pluvial.

1.5 Utilizar vegetação nativa para recomposição da flora, mínimo de 80% do total especificado, podendo ser mesclada de espécies exóticas frutíferas e ornamentais.

1.6 Plantar espécies troquilógamas, no mínimo 20% do total especificado.

1.7 Formar pomar de interesse para alimentação dos pássaros e primatas.

1.8 Utilizar arbustos frutíferos e troquilógamos nas cercas-vivas.

1.9 Utilizar cercas-vivas somente nos locais estritamente necessários.

1.10 Substituir as canaletas concretadas, para drenagem pluvial, por composições paisagísticas rochosas.

2. Terrenos localizados em áreas lindeiras a fundos de vale e nascentes. Estes terrenos desempenham importante papel no processo de manutenção do lençol freático e do sistema de pequenos afloramentos ao longo dos cursos d’água. Como possuem lençol freático próximo da superfície do solo, deve-se observar as determinações do Relatório de Impacto ao Meio Ambiente-1996 relativas à não contaminação e manutenção da permeabilidade. Recomenda-se:

2.1 Auxiliar a recomposição das matas ciliares utilizando espécies nativas deste ambiente.

2.2 Reforçar a oferta de alimentos para a fauna nativa através do plantio de pomar doméstico.

2.3 Utilizar no plantio o mínimo de 80% de espécies nativas.

2.4 Utilizar no mínimo 30% de espécies troquilógamas, entre nativas e exóticas.

2.5 Utilizar arbustos frutíferos e troquilógamos nas cercas vivas.

3. Terrenos localizados nas áreas antrópicas não lindeiros aos cursos d’água. Estes terrenos compõem basicamente territórios devastados da Floresta Tropical Semicaducifólia. O replantio de espécies vegetais nativas, de grande e médio porte, possibilitará o adensamento arbóreo de forma a recompor o ambiente natural segundo suas características primitivas, podendo assim a comunidade regatar um belíssimo território de mata extremamente importante na manutenção do equilíbrio da região norte do município de Goiânia. Recomenda-se:

3.1 Plantar árvores nativas da Floresta Tropical Semicaducifólia na proporção de
80% do total especificado.

3.2 Reforçar a oferta de alimentos para a fauna nativa através do plantio de
pomar doméstico.

3.3 Utilizar 30% de espécies troquilógamas, entre nativas e exóticas.

3.4 Utilizar arbustos frutíferos e troquilógamos nas cercas-vivas.

O atendimento destas recomendações garantirá uma ambiência favorável à consolidação da proposta apresentada, e também uma adequação da apropriação humana ao "slogan": ECOLÓGICAMENTE CORRETO.

6.3.5 Ações de Curto, Médio e Longo Prazos

São consideradas ações de curto prazo, atitudes imediatas, até um horizonte temporal de um ano, tais como:

1. Estruturar uma equipe para a implementação do Plano de Preservação
Ambiental e Diretrizes Paisagísticas.

2. Iniciar atividade de educação ambiental com a população que residirá no
local.

3. Orientar os operários, tanto do empreendimento quanto dos particulares,
sobre os cuidados necessários à proteção dos animais nativos em trânsito no
local e à preservação das árvores independentemente de seu diâmetro de
tronco.

4. Recompor as matas ciliares e de proteção das nascentes.

5. Cumprir as determinações do RIMA-96, relativa às infra-estruturas, para a
primeira etapa de implantação do empreendimento.

6. Estruturar equipe de plantio e manutenção dos espaços condominiais.

São consideradas ações de médio prazo aquelas a serem implementadas até um horizonte temporal de cinco anos.

1. Proceder o plantio das árvores da Zona de Ambientação Linear

2. Implantar um projeto permanente de educação ambiental intra e extra-muros.

3. Implantar um sistema de divulgação da qualidade do ambiente que
gradativamente se consolida no Condomínio Residencial Aldeia do Vale

4. Implantar um viveiro para dispersão de plantas troquilógamas.

5. Implantar um projeto de doação de plantas frutíferas para compor pomares
particulares.

São consideradas medidas de longo prazo as ações de início imediato que tenham duração por tempo indeterminado. São elas:

1. Preservação da vegetação nativa existente.

2. Recomposição gradativa das áreas degradadas.

3. Programas de repovoamento faunístico, principalmente aves.

4. Promoção em caráter especial do aumento da população de beija-flores.

5. Divulgação da valorização ambiental do empreendimento, situando-o como exemplo de ocupação urbana.

6. Promoção de atividades de educação ambiental.

7. Incentivar ações para o cumprimento do Plano de Preservação Ambiental e

Diretrizes Paisagísticas do Condomínio Residencial Aldeia do Vale.

8. Fiscalização das ações de apropriação por parte dos condôminos.

9. Estimular permanentemente o interesse dos moradores pela preservação do
ambiente natural da área.

7. Bibliografia
ALHO, Cleber J. R. - De Grão em Grão o Cerrado Perde Espaço - Cerrado - Impactos no Processo de Ocupação - WWF - Fundo Mundial Para a Natureza - DF - 1995.
BARBOSA, Altair Sales - Sistema Biogeográfico do Cerrado - vol. 3 - Ed. UCG – GO, 1996.
BRANCO, Samuel Murgel - Ecossistêmica - Uma Abordagem Integrada dos Problemas do Meio Ambiente - Ed. Edgard Blücher Ltda - São Paulo - 1989.
CGR - Consultoria, Assessoria e Projetos Ambientais Ltda - Sítios de Recreio Mansões Bernardo Sayão - Estudo de Impacto Ambiental - 1996.
CGR - Consultoria, Assessoria e Projetos Ambientais Ltda - Sítios de Recreio Mansões Bernardo Sayão - Relatório de Impacto ao Meio Ambiente - 1996.
ONU - Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - AGENDA 21 - DF - Senado Federal - 1996.
LORENZI, Herry - Árvores Brasileiras - Ed. Plantarum Ltda - Nova Odessa - 1992.
PALAZZO JR. e BOTH, José Truda e Maria do Carmo - A Natureza no Jardim - SAGRA Livraria e Editora - Porto Alegre - RS - 1989.
SICK, Helmut - Ornitologia Brasileira - Ed. Novo Fronteira - RJ - 1997.
SILVA, José Antônio da - Frutas Nativas dos Cerrados - EMBRAPA - 1994.
SOARES, Cecilia Beatriz da Veiga - Árvores Nativas do Brasil - Salamandra - RJ - 1990.